Novo coronavírus COVID-19 já matou 2.000, mas surto parece desacelerar

Mais de 2.000 pessoas morreram do atual surto do novo coronavírus que causa a doença batizada de COVID-19, mas o número de novos casos está diminuindo e há otimismo cauteloso de autoridades ao redor do mundo.
Pessoal de segurança chinês usa máscaras em Pequim
Pessoal de segurança chinês usa máscaras em Pequim no dia 18 de fevereiro de 2020. Foto: Kevin Frayer/Getty

Mais de 2.000 pessoas morreram do atual surto do novo coronavírus que causa a doença batizada de COVID-19, de acordo com os dos últimos relatórios da Comissão Nacional de Saúde da China.

A contagem oficial de infectados já passou de 75.100, a maioria deles no epicentro do surto na China continental. De acordo com o New York Times, o surgimento de novos casos confirmados tem diminuído pouco a pouco desde 12 de fevereiro, com a contagem de novos infectados caindo abaixo das 2.000 pessoas. Nesta terça-feira (18), foram registrados 1.886 casos e na quarta-feira (19) foram 1.749 – a última vez que os números abaixaram assim foi em 30 de janeiro.

Autoridades chinesas e oficiais de saúde em todo o mundo têm demonstrado otimismo cauteloso de que as medidas cada vez mais duras impostas na China para deter a propagação do COVID-19 (com quase metade da população enfrentando algumas restrições de circulação) podem estar começando a funcionar.

O embaixador da China na União Europeia disse no início desta semana que o país espera que o impacto global seja “limitado, de curto prazo e controlável”, de acordo com a Reuters. O presidente Xi Jinping procurou minimizar as preocupações de que o vírus abalará ainda mais a economia chinesa, com a mídia estatal relatando que ele garantiu ao primeiro-ministro britânico Boris Johnson que “progresso visível” está sendo feito.

Autoridades da Organização Mundial da Saúde disseram que os bloqueios retardaram a propagação do vírus a partir do seu epicentro em Wuhan, na província de Hubei, por dois a três dias e da China para o resto do mundo por duas a três semanas, de acordo com o NYT.

O diretor da Organização Mundial da Saúde, Dr. Michael Ryan, disse ao NYT que “neste momento, a abordagem estratégica e tática na China é a correta. Você pode discutir se essas medidas são excessivas ou restritivas para as pessoas, mas há muita coisa em jogo aqui em termos de saúde pública – não apenas a saúde pública da China, mas de todas as pessoas no mundo.”

No entanto, o chefe de virologia da Universidade de Hong Kong, Malik Peiris, disse ao NYT que é muito cedo para saber se o vírus está desacelerando: “Pode não ser sensato para qualquer pessoa na China, ou fora da China, ser complacente e achar que as coisas já estão sob controle nesse momento.”

Acredita-se que a taxa de fatalidade de casos do COVID-19 entre os infectados identificados seja atualmente de cerca de 2,5%. O número é inferior a alguns outros vírus novos e que chamam a atenção, como a SARS (taxa de cerca de 10%).

A maioria dos casos (80%, de acordo com um estudo do Centro Chinês para o Controle e Prevenção de Doenças) apresenta sintomas menores. Muitos fatores sobre o vírus, como a sua transmissibilidade e quanto tempo ele pode sobreviver em superfícies, permanecem desconhecidos, e é possível que existam muitos casos não relatados. É provável que uma vacina seja criada daqui pelo menos 12 a 18 meses.

Cerca de 613 casos do vírus já foram identificados no Japão, de acordo com a CNN, mas 545 deles estavam no cruzeiro Diamond Princess, atracado em Yokohama. Além das 68 infecções em terra firme no Japão, houve 81 infecções identificadas em Cingapura e 62 em Hong Kong, de acordo com a CNN. Em toda a Europa, o número de casos confirmados é de 42. No Brasil, não há casos confirmados e o Ministério da Saúde monitora 5 suspeitas – 45 já foram descartados.

O imunologista dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA, Dr. Anthony Fauci, disse à CNBC na terça-feira que a desaceleração ainda não foi confirmada. Fauci disse que “precisamos dar mais alguns dias para determinar se isso é real ou se essa é a variabilidade que se vê geralmente.”

“O grau com que eles limitaram as viagens através das grandes cidades, abrangendo cerca de 50 milhões de pessoas, incluindo toda a cidade de 11 milhões de pessoas de Wuhan […] é realmente sem precedentes”, acrescentou Fauci. “[…] Pode realmente funcionar, por mais incomum que seja uma manobra para parar um surto.”

De acordo com o NYT, estima-se que 150 milhões de pessoas na China estão confinadas em suas casas, com um total de 760 milhões morando em áreas que enfrentam algum tipo de restrição. A fiscalização vai desde um distrito de Xi’an onde os moradores só podem sair a cada dois ou três dias, durante duas horas, até à identificação e verificação da temperatura nas comunidades residenciais.

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