No ano passado, a AMD finalmente nos deu algo que precisávamos com o lançamento do Ryzen: um rival viável para a Intel no campo das CPUs. A rivalidade significou processadores mais rápidos para desktops e laptops, já que uma empresa tenta superar a outra. No entanto, há um possível problema para a AMD: ela não tem o mesmo histórico de avanços em desempenho que a concorrente.
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No passado, a companhia deu os seus tropeços e não conseguiu manter o ritmo contra a Intel. Se a competição vai se sustentar – para termos uma competição em longo prazo que abaixe os preços e ofereça chips mais rápidos, precisaremos que até mesmo uma pequena mudança de microarquitetura da AMD mostre grandes resultados. A segunda geração dos Ryzen conseguiu alcançar esse feito.
Assim como a primeira geração do Ryzen – e como qualquer novo lançamento de uma microarquitetura de CPUs, a segunda geração virá em algumas ondas de lançamento. Primeiro, teremos as CPUs para desktops destinadas aos computadores potentes dos gamers, streamers e para a galera que trabalha com renderização de vídeo ou 3D. Depois, a AMD lançará APUs mobile e desktop, que devem incluir um chip gráfico embutido.
Review
Este Ryzen 5 2600X que testamos, e a atual linha de CPUs de segunda geração do Ryzen não incluem GPUs, ao contrário de chipsets equivalentes da Intel. A AMD espera que você já tenha sua própria placa gráfica ou planeje comprar uma. É frustrante para quem quer economizar – esse pessoal vai ter que esperar por uma APU da AMD. A primeira geração das APU Ryzen chegou há apenas dois meses. Isso significa muito tempo para se esperar por uma CPU que vem com uma GPU embutida – mesmo que a APU da AMD tivesse capacidades gráficas incríveis.
Significa também que essa segunda geração de GPU é voltada estritamente para entusiastas. Se o entusiasta já tem a sua GPU, ele poderá comprar o Ryzen 5 2600X por apenas US$ 200 (R$ 680, na conversão direta) e ter aí seis núcleos capazes de rodar 12 threads simultaneamente – o que deve ser ótimo para tarefas pesadas como o processamento de vídeos ou a renderização de objetos 3D no blender ou em jogos.
O rival do Ryzen 5 2600X é o Intel i5-8600K, que foi lançado em outubro de 2017 e custa US$ 50 a mais pelos mesmos seis núcleos, só com seis threads — no mercado americano, ele pode ser encontrado por US$ 229. A maior diferença é a inclusão de uma GPU insignificante e um clockrate maior embutido.
Você pode estar se perguntando como o Ryzen poderia valer a pena. A segunda geração do Ryzen se distingue do restante no tamanho de seus processadores. As CPUs Ryzen originais eram baseadas na microarquitetura Zen, que, assim como a atual arquitetura Coffee Lake da Intel, são baseadas no processo de 14nm, que corresponde ao tamanho da pastilha de silício na qual o chip está incluso.
A segunda geração dos Ryzen opera na arquitetura Zen+ e a diferença chave é o processo de 12nm. No mundo das arquiteturas de CPU, um processo menor significa, teoricamente, distâncias mais curtas para que os dados viagem, e isso geralmente se traduz a menos energia consumida e velocidades maiores. Então mesmo que o Ryzen 5 2600X tenha um clockrate menor que o seu rival da Intel, ele possui um processo menor que teoricamente o torna mais rápido.
E é realmente isso o que acontece na maior parte do tempo. Fizemos os mesmos testes no Ryzen 5 2600X, no i5-8600K, e na última geração do Ryzen 5 2400G. Todos os cenários utilizaram a mesma RAM, armazenamento e um placa gráfica Nvidia 1080. O 2600X sempre se saiu melhor do que o 2400G e na maior parte também superou o i5-8600K.
Existiram ocasiões em que ele foi mais lento que o processador Intel. Especificamente no benchmark WebXPRT 2015, um teste online voltado para replicar atividades do dia-a-dia no navegador. A segunda geração da CPU Ryzen foi quase 20% mais lenta do que a oitava geração do processador Intel. E no Geekbench 4, benchmark sintético que testa tanto a CPU tanto como um todo quanto em núcleos individuais, o processador da Intel se saiu melhor na pontuação de single core, enquanto que o chip da AMD ficou um pouquinho acima na pontuação multi-core.
Tanto o WebXPRT 2015 e o Geekbench 4 são benchmarks sintéticos. Eles são úteis para quantificar a velocidade e dar ao dono da CPU o direito e se vangloriar, mas não são a mesma coisa que a experiência do mundo real. Ambas as CPUs vão te dar uma experiência excepcional ao navegar na internet e disparar um email. O que realmente importante são os benchmarks do mundo real.
Para este fim existem dois tipos de benchmarks do mundo real que realizamos: benchmarks para games e benchmarks para apps profissionais. No caso dos games, ficamos bem surpresos. Antes de testar essa CPU, a AMD disse ao Gizmodo e a outros repórteres que seus chips iriam chegar em uma performance em jogos perto daquilo que a Intel oferece, mas raramente conseguiria superá-la. No entanto, nos dois jogos que testamos, Civilization VI e Rise of the Tomb Raider, a CPU da AMD conseguiu se sair um pouco melhor. Mas como você pode ver no gráfico acima, as pontuações são extremamente próximas.
O que não foi insignificante foi a performance do Ryzen 5 2600X nos aplicativos profissionais. Não há dúvidas aqui. O chip da AMD engole a CPU da Intel. Ele transcodificou o mesmo vídeo 4K no Handbrake a um minuto e 32 segundos mais rápido do que o i5-8600K. No Blender, renderizou o mesmo arquivo quatro minutos e 29 segundos mais rápido. Já no Photoshop, o trabalho foi finalizado um segundo mais rápido no chip da AMD. A performance em todos os três testes foram melhores do que a que encontramos no i7-8700K, um processador que custa US$ 150 mais caro.
Se você tem a última geração do processador Ryzen em seu computador, talvez valha a pena considerar gastar US$ 200 no upgrade. E se você estiver pensando em fazer uma troca da Intel para a AMD, e já tem a sua placa de vídeo, saiba que é uma ótima opção.
Essa também é uma prova de que a primeira geração dos processadores Ryzen não eram brincadeira. A marca está realmente desenvolvendo CPUs que são um pouquinho mais rápida e às vezes bem mais rápida do que as opções da Intel. Além disso, são opções mais baratas.
Ainda há um longo caminho pela frente. Embora as CPUs da AMD estejam abocanhando o espaço nos desktops de grandes fabricantes como a Dell, seus chips ainda não são encontrados nos laptops e em desktops mais baratos. Por enquanto, as CPUs da AMD são opções para pessoas que precisam de processamento para fazer vídeos ou trabalhar em projetos 3D. Mas se a AMD conseguir colocar esse tipo de poder em uma gama ampla de laptops e desktops baratos, a Intel certamente começará a se preocupar.
Resumo
- A segunda geração dos processadores Ryzen da AMD é mais rápida do que a primeira geração – e mais rápida do que a solução atual da Intel.
- O processador se destaca especialmente em fluxos de trabalho intensos como a transcodificação de vídeos e renderização 3D.
- A Intel continua fazendo um trabalho melhor com jogos, mas a diferença é pequena.
- Esse é o primeiro processador para desktop com processo de fabricação de 12nm comercialmente disponível.
- A segunda geração do Ryzen não tem uma solução ao Spectre embutida no hardware. Você precisará esperar o processador de 10nm.
- O chip não tem placa gráfica. Você precisará ter a própria GPU.
Imagem do topo: Alex Cranz (Gizmodo)