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Craig Wright, o homem que diz ter inventado o Bitcoin, se “apagou” da internet

Após a publicação dos artigos que o ligam à criação do Bitcoin, o australiano Craig Wright praticamente desapareceu da internet.

Assim que o Gizmodo começou a investigar as evidências de que Craig Wright, um acadêmico e empresário australiano, alegava ter inventado o Bitcoin, ele começou a cobrir seus rastros. Depois do Gizmodo e da Wired publicarem diferentes artigos sobre ele, a existência digital de Wright foi quase que completamente apagada.

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Três dias antes do artigo do Gizmodo ser publicado, nosso correspondente em Sidney se aproximou da casa suburbana compartilhada por Craig Wright e Ramona Watts, sua esposa e diretora da empresa DeMorgan Ltd. Quando questionada sobre Wright, Watts se recusou a oferecer outra coisa além de um tímido sorriso. Em duas ocasiões diferentes após essa visita, nosso repórter australiano esperou do lado de fora da residência de Wright e Watts por horas, durante a manhã inteira – em uma dessas ocasiões, carros estacionaram na garagem da casa, mas ninguém atendeu a porta. Na terça-feira, horas antes da publicação do artigo, esses carros foram embora, assim como qualquer sinal de vida naquela casa.

Cerca de doze horas depois, relatos do The Guardian e da Reuters diziam que agentes de lei australianos foram até a casa e vasculharam tudo o que estava lá dentro, dando uma atenção especial para a garagem. O escritório de Wright na DeMorgan também fez parte da operação:

Três policiais que vestiam luvas brancas podiam ser vistos vasculhando a garagem, que continha equipamentos de exercícios físicos.

Um rapaz que se identificou como dono da casa, Garry Hayres, disse à Reuters que Wright e a sua família viveram lá por um ano, e estavam para se mudar no dia 22 de dezembro para a Grã-Bretanha.

Hayres disse que Wright tinha um “sistema substancial de computação” e tinha ligado um sistema de energia de “três fases” nos fundos da casa para energia extra.

Policiais que foram ao escritório de Wright vestiam camisetas escrito “Computação forense”. Um homem que estava no prédio e se recusou a dar o nome disse que Wright não havia sido visto por lá na última semana.

O paradeiro de Wright e Watts é desconhecido, mas um vizinho disse ao Guardian que é possível que eles estejam bem longe da Austrália agora. “Um vizinho disse que um grande contêiner chegou há cerca de um mês, seguido de um caminhão de mudanças na primeira semana de dezembro.”

A presença digital de Wright foi quase que inteiramente apagada. Seu perfil na Amazon, que inclui um review do livro Digital Gold: The Untold Story of Bitcoin, ainda está no ar. Mas o blog de Wright, gse-compliance.blogspot.com, foi completamente deletado, apesar do Gizmodo ainda ter um arquivo completo dos textos. Neles, Wright conta (ao longo de seis anos) tudo sobre a alegria de estar na rua, a dificuldade em conseguir uma boa internet no interior, os meandros da criptografia de computadores, e a grandeza do seu próprio ego. Era um obelisco criado para Craig Wright que agora está perdido.

Sua conta no Twitter também foi apagada.

As outras contas de Wright no YouTube e Google+ também foram completamente deletadas, o que significa que perdemos os vários vídeos inexplicáveis de Wright se exercitando:

Também foi perdido o perfil de Wright no Facebook, que usava o nome “Prof. Faustus”, talvez uma referência ao acadêmico alemão que fez um pacto com Satanás em troca do conhecimento infinito.

Sua conta no Quora, no entanto, ainda funciona:

Mas por que, se o Dr. Craig é uma das mentes mais brilhantes da criptografia, ele fugiria da própria casa e se esconderia de toda a atenção global? Talvez ele tenha medo do escrutínio da mídia (ou de ladrões violentos de Bitcoin). Ou talvez ele seja um grande golpista por trás de um dos maiores golpes da história recente: reuniões transcritas com advogados de Wright e oficiais da Australian Tax Office (ATO), órgão tributário da Austrália, sugerem que Wright brigava por condições favoráveis para repatriar uma soma enorme de Bitcoins. Se a ATO tivesse motivos para acreditar que um cidadão australiano estava escondendo centenas de milhões de dólares da sua fiscalização, eles não ficariam felizes. Se a polícia australiana tem motivo para acreditar que ele queria enganar o governo como parte de um plano de sonegação de impostos, eles não devem gostar nem um pouco disso – talvez seja até motivo para fazer uma visita a casa dele.

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