Crianças morrem cada vez mais debaixo de TVs antigas, enquanto as vendas de TVs finas aumentam

Quando eu era um molequinho, brincando na pequena sala onde eu e os meus irmãos brincávamos de LEGO, eu quase morri. Nossa enorme TV antiga de tubo tentou matar a mim e ao meu irmão, com todo o seu painel de madeira e seu peso descomunal.

Quando eu era um molequinho, brincando na pequena sala onde eu e os meus irmãos brincávamos de LEGO, eu quase morri. Nossa enorme TV antiga de tubo tentou matar a mim e ao meu irmão, com todo o seu painel de madeira e seu peso descomunal.

Sergio, o meu irmão mais novo, bateu no móvel que segurava a TV. A pesada CRT caiu sobre a gente, em câmera lenta. Eu até tentei segurá-la, mas sendo uma criança pequena, não podia fazer quase nada contra todo aquele peso. Felizmente para todos nós, meu tio Antolín estava lá. Ele pulou do sofá onde estava sentado para tentar segurar o monstro gigante, fazendo um esforço considerável para colocar o aparelho de volta no móvel.

Muitas crianças não tiveram tamanha sorte. Trezentas, apenas nos EUA, morreram assim de 1990 a 2007. Segundo Gary Smith, diretor do Centro de Política e Pesquisa de Ferimentos do Hospital Infantil de Ohio e co-autor de um recente estudo realizado em 100 pronto-socorros do país, publicado no Clinical Pediatrics Journal, houve 14.700 acidentes relacionados a móveis neste período. Destes, metade foram causados por TVs:

Todos os dias, neste país, cerca de 40 crianças pequenas são levadas às pressas para pronto-socorros com ferimentos causados pela queda de algum móvel pesado. Este não é um pequeno problema. É um problema grande, e está crescendo.

Um estudo da Comissão de Segurança de Produtos de Consumo dos EUA — abrangendo de 200 a 2006 — dá suporte a estes dados. 42.700 ferimentos e 180 mortes relacionadas a mobília ou aparelhos domésticos foram registradas foram registradas, 87 delas diretamente relacionadas a televisores. Ambos os estudos mostram um dramático aumento dos casos nos últimos anos: foram 18,8 a cada 100.000 pessoas em 1990 contra 22,9 a cada 100.000 pessoas em 2007.

A razão do aumento? Basicamente, a culpa é das novas TVs finas, de LCD ou plasma, apesar delas não estarem matando ninguém: as verdadeiras assassinas são as CRTs que foram substituídas pelas novas, e muitas vezes colocadas no quarto das crianças. São estas que caem e machucam.

Então, se você por acaso fez isso, certifique-se por favor de que a TV está bem segura contra quedas no caso de uma criança hiperativa bater contra o móvel. Ou mantenha um tio herói por perto 100% do tempo. [NYT]

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