Crise climática coloca 2 bilhões de aparelhos de ar condicionado no mundo

Desde 2000, a demanda global por ar condicionado aumentou a um ritmo médio de 4% ao ano – duas vezes mais rápido do que a demanda por iluminação
Ar condicionado

O calor extremo está tomando várias partes do globo. Índia e Paquistão, por exemplo, chegaram a temperaturas próximas dos 50 ºC no final de abril, o que representa riscos à saúde da população. 

Os simples ventiladores já não são suficientes para refrescar as pessoas. Em texto publicado na Scientific American, pesquisadores do Mawazo Institute, em Nairóbi, e da Escola de Minas do Colorado, nos EUA, sugerem que o ar condicionado se torne um direito humano das pessoas diante da crise climática. 

O aparelho é comumente associado à elite. Antes, ele era visto apenas como um luxo, mas já está se tornando uma necessidade. Para se ter uma ideia, existem hoje 2 bilhões de aparelhos de ar condicionado no planeta, e mais 4 bilhões devem ser produzidos até 2050.

A maior parte deles está em países ricos da América do Norte e do Leste Asiático. Para se ter uma ideia, cerca de 12% das pessoas que vivem nas regiões mais quentes do mundo contam com ar condicionado, enquanto o número é de 90% para EUA e Japão.

Desde 2000, a demanda por aparelhos de resfriamento aumentou a um ritmo médio de 4% ao ano. Isso é duas vezes mais rápido do que o crescimento da demanda por iluminação ou aquecimento de água.

Mas fica aquela dúvida: o aumento do uso de ar condicionado também não é negativo para as mudanças climáticas? Depende. Se a energia utilizada para mover o aparelho continuar sendo proveniente de combustíveis fósseis, poderemos enfrentar uma intensificação do efeito estufa.

Mas a alta demanda pode ser também uma oportunidade para que os cientistas invistam em tecnologias de refrigeração mais sustentáveis e para a adoção por parte de autoridades de fontes de energias renováveis. 

De acordo com a Agência Internacional de Energia, as unidades de ar condicionado que existem hoje são apenas 10% mais eficientes do que aquelas vendidas em 2010. Porém, a implementação de políticas e novas tecnologias eficazes podem dobrar a eficiência dos aparelhos e reduzir a energia necessária para o resfriamento em 45% até 2050.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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