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Crise climática está levando primos de Zazu, do Rei Leão, à extinção

O aquecimento global está prejudicando a reprodução do calau-de-bico-amarelo, pássaro que habita o sul do continente africano

Crise climática

Imagem: Marc/Unsplash/Reprodução

Talvez o pássaro da imagem acima lhe cause uma sensação de nostalgia. Não é à toa – a foto mostra um calau-de-bico-amarelo do sul, conhecido cientificamente como Tockus leucomelas. O animal é uma espécie prima de Zazu, o pássaro conselheiro do filme da Disney “O Rei Leão”. 

Mas os familiares do ator de penas correm perigo: a crise climática está prejudicando a reprodução da espécie, podendo fazer com que os membros de sua população que vivem em áreas mais quentes sejam extintos até 2027. O estudo completo foi publicado na revista Frontiers in Ecology and Evolution.

Uma equipe formada por pesquisadores da África do Sul acompanhou os calaus-de-bico-amarelo que vivem no deserto de Kalahari, no sul do continente africano, entre os anos de 2008 e 2019. O objetivo era investigar como o aquecimento global estava interferindo na reprodução do animal. 

Quando as fêmeas de calau colocam seus ovos, acabam se fechando dentro de um ninho, onde permanecem por cerca de 50 dias. Nesse meio tempo, os machos ficam encarregados de alimentar a família, passando a comida através de uma fenda vertical estreita.

Isso impede que as fêmeas e seus filhotes sejam predados. Por outro lado, cria-se uma dependência do clima estável e disponibilidade de alimento para que o macho retorne abastecido e permita o sucesso reprodutivo. 

Não é bem isso que está acontecendo. Os cientistas compararam o período entre 2008 e 2011 com o intervalo entre 2016 e 2019. De uma data para outra, a porcentagem de ninhos ocupados diminuiu de 52% para 12%. Ao mesmo tempo, a criação com sucesso de pelo menos um filhote caiu de 58% para 17%.

Para ter uma ideia, os pesquisadores não registraram tentativas de reprodução bem-sucedidas acima da temperatura limite do ar de 35,7°C. De acordo com o estudo, a crise climática pode levar a extinções locais das espécies dentro dos próximos cinco anos, causando mudanças irreversíveis no ecossistema.

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