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Dança das cadeiras no Google pode ameaçar ponto forte dos smartphones Pixel

Após vendas decepcionantes do Pixel 4 e uma recente sacudida dentro da equipe Pixel, as aspirações do Google de se tornar uma grande marca no espaço de hardware podem ter sofrido um grande revés.

Google Pixel 4

Crédito: Sam Rutherford/Gizmodo

O chefe de hardware do Google, Rick Osterloh, disse certa vez que esperava que o Google “vendesse produtos em grandes volumes dentro de cinco anos”. Isso foi há três anos. Após vendas decepcionantes do Pixel 4 e uma recente sacudida dentro da equipe Pixel, as aspirações do Google de se tornar uma grande marca no mercado de hardware podem ter sofrido um grande revés.

Em uma reunião geral com o time do Pixel realizada antes do lançamento do Pixel 4, feita em outubro de 2019, Osterloh expressou preocupações sobre o desenvolvimento do smartphone, incluindo a capacidade da bateria, e “informou o pessoal sobre os seus próprios receios”, conforme aponta uma reportagem do Information.

Em agosto de 2019, o gerente geral do Pixel, Mario Queiroz, foi transferido para um papel menos proeminente dentro da equipe de hardware, antes de deixar o Google e seguir para a empresa de cibersegurança Palo Alto Networks em janeiro de 2020.

Porém, o maior golpe na equipe do Pixel talvez tenha acontecido em março de 2020, quando Marc Levoy, engenheiro e um dos líderes da equipe de câmeras do Pixel, deixou o Google sem alarde – um movimento que não havia sido repercutido até a recente reportagem do Information.

Antes de começar no Google, Levoy foi professor em Stanford, onde trabalhou em um projeto que viria a se tornar o Google Street View. Embora não tenha inventado o campo, Levoy também é creditado por ter cunhado o termo “fotografia computacional”, que é o processo de utilização de algoritmos, aprendizado de máquinas e processamento computacional para aprimorar a fotografia tradicional. Levoy entrou para o Google em 2014 e passou a ser um dos líderes da equipe de câmeras Pixel.

Um dos maiores pontos fortes da linha Pixel desde seu lançamento tem sido a qualidade de imagem de suas câmeras, devido a recursos como o processamento HDR+ e seu modo de fotografia de baixa luminosidade, batizado de Night Sight.

No ano passado, tive a oportunidade de entrevistar Isaac Reynolds, gerente de produtos de câmera da Pixel, e Levoy. Mesmo na época, ficou clara a influência que a abordagem do Google em relação à fotografia para smartphone teve sobre os rivais, incluindo Apple, Samsung e Huawei.

Recursos como os modos noturnos dedicados se tornaram padrão em telefones de ponta e até mesmo intermediários, com a tecnologia começando a aparecer aos poucos em aparelhos de baixo custo também. O mesmo vale para a fotos HDR, que até pouco tempo atrás era um recurso opcional, mas nos últimos dois anos se tornou a configuração padrão de fotografia na maioria dos celulares. Do ponto de vista de uma pessoa de fora da empresa, a saída de Levoy parece uma grande perda para a equipe de câmeras Pixel.

Quanto às maiores críticas de Osterloh ao design e funcionalidades da linha Pixel, baseadas em rumores de que o Pixel 5 virá com um processador e especificações mais alinhadas com um telefone intermediário, parece que o Google já está trabalhando para diferenciar ainda mais seu carro-chefe dos dispositivos topo de linha mais tradicionais.

Embora o Pixel possa não ter desfrutado do sucesso que o Google desejava, ainda é um cedo demais para dizer que a companhia está fora do jogo – mesmo com a recente perda de funcionários talentosos. Com o sucesso de outros aparelhos do Google, como o Nest Hub e o Google Nest Mini 2, parece que a empresa não está tendo dificuldades para tornar mais atraente seu portfólio de aparelhos.

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