Dark Wallet é um software feito para facilitar a lavagem de dinheiro em Bitcoins

Um grupo de ativistas radicais se prepara para lançar uma carteira de Bitcoins com objetivo em proteger a identidade das pessoas ainda mais do que o comum, o que tornaria praticamente impossível traçar as rotas da troca de dinheiro feito pelos seus usuários. O coletivo de programadores que se denomina unSystem está desenvolvendo a Dark […]

Um grupo de ativistas radicais se prepara para lançar uma carteira de Bitcoins com objetivo em proteger a identidade das pessoas ainda mais do que o comum, o que tornaria praticamente impossível traçar as rotas da troca de dinheiro feito pelos seus usuários.

O coletivo de programadores que se denomina unSystem está desenvolvendo a Dark Wallet. Este app tem como objetivo impedir que a regulamentação do Bitcoin faça com que a identidade dos proprietários de Bitcoin possa ser descoberta.

O que os programadores querem é se livrar da possível regulamentação governamental que muitos países querem fazer em relação ao Bitcoin. Autoridades pelo mundo acreditam que, sem conseguir identificar quem é o dono do Bitcoin, a moeda criptografada possa ser usada para lavagem de dinheiro e outras formas de crimes financeiros.

A Dark Wallet, ao dificultar a identificação do dono daquele dinheiro virtual, poderia, portanto, facilitar a lavagem de dinheiro. Seus criadores defendem ideias bastante anarquistas. “Se o Bitcoin representa algo para nós, é a capacidade de proibir o governo”, explica Cody Wilson, gerente de projeto da Dark Wallet e que também é o criador daquela pistola feita em impressora 3D. Wilson, aliás, reconhece que o objetivo do projeto é realmente ilegal: “É apenas um software de lavagem de dinheiro”, explicou em um debate em março.

Junto com Amir Taaki, Wilson lançou no fim do ano passado uma campanha no Indiegogo para levantar fundos para o desenvolvimento da carteira ultra-segura: eles conseguiram US$ 52.075, mais do que gostariam. E, amanhã, lançarão a primeira versão do software, como indica este teaser divulgado no começo desta semana:

Todas as transações feitas a partir da Dark Wallet usarão uma técnica chamada CoinJoin. Isso combina a transação feita por um usuário com a de outro completamente aleatório. Ao tentar rastrear de onde veio aquele pagamento para um serviço como o Silk Road, por exemplo, um órgão regulador não vai conseguir identificar o responsável pela transação, já que os dados dele ficam misturados com o de outra pessoa. E, lembrando, tudo é criptografado por padrão, como costumam ser as transações em Bitcoins.

Ok, vamos agora pensar em todas as questões morais, éticas, legais e tudo mais que envolve o projeto. Wilson admite que o software serve para “lavar dinheiro”, mas defende que não está fazendo nada ilegal com base no direito à liberdade de expressão. A Dark Wallet pode ser usada para crimes? “Bem, sim, coisas ruins podem acontecer”, explica Wilson. “Liberdade é algo perigoso”. Então tá.

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Órgãos que querem regular os Bitcoins ainda não se pronunciaram sobre esta carteira, mas, com o lançamento do software amanhã, é apenas questão de tempo até que comecem a questionar o serviço. Seus criadores não parecem temer, no entanto. Vamos ver como a história de desenrolará. [Financial Times via Wired]

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