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O novo datacenter da Microsoft é praticamente um ônibus afundado no fundo do mar

A maioria dos datacenters fica escondida em prédios fechados e com fileiras e mais fileiras de computadores e sistemas gigantes de ar-condicionado para manter o ambiente resfriado. Mas, aparentemente, isso não é bom o suficiente para a Microsoft. Então, a empresa estreou seu novo centro de dados colocando 12 racks de servidores dentro de um […]

A maioria dos datacenters fica escondida em prédios fechados e com fileiras e mais fileiras de computadores e sistemas gigantes de ar-condicionado para manter o ambiente resfriado. Mas, aparentemente, isso não é bom o suficiente para a Microsoft. Então, a empresa estreou seu novo centro de dados colocando 12 racks de servidores dentro de um cilindro de metal do tamanho de um ônibus e, em seguida, afundou essa estrutura no mar da Escócia.

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Pode parecer boba a escolha da Microsoft, mas a ideia de colocar o servidor no mar tem relação com uma questão sensível: quase 50% da população do mundo vive perto da costa, então por que os datacenters não podem ser localizados próximos à água? Então, para explorar o conceito, a Microsoft criou o Project Natick.

Crédito: Microsoft

E no tempo entre a reunião da equipe em 2014 até agora, a Microsoft disse ter aprendido bastante sobre a operação. Ao colocar servidores no oceano, o datacenter pode usar a água ao redor para ajudar a controlar a temperatura do sistema de energia.

Ao reduzir o consumo de eletricidade, a Microsoft espera tornar o datacenter Natick operante com 100% de recursos renováveis. E, diferentemente dos datacenters físicos, que às vezes levam anos para ser construídos, a Microsoft diz que é possível construir um datacenter subaquático em 90 dias.

A Microsoft começou a testar a ideia em 2015, com a fase 1 do Project Natick, que foi lançado de uma embarcação no Oceano Pacífico e ficou operante por quatro meses: de agosto a novembro. Porém, no caso do da Escócia, que é a fase 2, a empresa contou com a ajuda do Centro Europeu de Energia Marinha para afundá-lo próximo ao arquipélago de Órcades.

Ao manter o objetivo de usar energia renovável, a segunda unidade é mantida por eletricidade gerada pelo vento e por geradores movidos pela força da maré que ficam próximo ao local. Entretanto, no futuro, a Microsoft imagina que os datacenters do Project Natick poderiam criar energia com geradores localizados na parte de fora da unidade submersa. O único recurso conectado ao Natick é um cabo submarino que o conecta à internet.

Tem até um caranguejo na estrutura externa do datacenter. Crédito: Microsoft

O grande problema de tudo isso é se algo der errado: ninguém vai conseguir consertar, pois o Project Natick foi idealizado para operar de maneira independente sem supervisão humana por até cinco anos — embora a Microsoft considere aumentar esse prazo para até 20 anos. No fim do período do datacenter, a Microsoft diz que o servidor submarino será recuperado e reciclado para reduzir o desperdício e aumentar a sustentabilidade.

Embora ainda existam questões importantes a serem respondidas, como o potencial impacto do Project Natick na vida marinha em função do aumento de temperatura das águas, o datacenter da Microsoft parece uma abordagem inovadora para uma prática chata. E, com a demanda interminável para armazenamento e computação na nuvem, não deve levar muito tempo para que nossos arquivos estejam escondidos em algum local no meio do oceano.

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