O longo caminho em espiral para esta sonda da NASA descobrir segredos do sistema solar

A sonda Dawn, da NASA, se aproximará de Ceres, um planeta-anão que pode ter se formado no início da história do sistema solar.

A sonda Dawn, da NASA, foi lançada em 2007 e agora está no cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter. Ao longo dos próximos meses, ela se aproximará de Ceres, um planeta-anão que pode ter se formado no início da história do sistema solar.

Como uma sonda consegue chegar perto de um planeta-anão? Movendo-se continuamente em espiral, como explica a NASA.

A gravidade de Ceres e o propulsor de íons na sonda vão trabalhar juntos para trazer a nave espacial em uma órbita cada vez mais próxima do planeta. Será assim:

HAMO e LAMO

O Dawn Blog da NASA explica as diferentes fases da órbita (HAMO e LAMO) rotuladas na imagem acima. Primeiro, a sonda vai descer lentamente em espiral até a “órbita de reconhecimento”, a cerca de 4.400 km acima da superfície. Essa descida vai durar um mês.

Feito o reconhecimento de Ceres, que deve durar três semanas, a Dawn seguirá em uma espiral mais apertada até a órbita de mapeamento de alta altitude (HAMO), a 1.470 km do planeta-anão. A espaçonave vai orbitar Ceres quase 30 vezes para chegar até a HAMO, o que demorará seis semanas. Ela vai dedicar dois meses para realizar observações extensas.

E, finalmente, quando 2015 estiver acabando, ela vai voar a uma distância ainda menor para atingir sua órbita de mapeamento de baixa altitude (LAMO), onde ele irá coletar dados até o final da missão a 375 km de distância. Ela vai orbitar Ceres por cerca de 160 vezes durante dois meses para ir da HAMO para a LAMO.

A Dawn já está perto o suficiente para tirar fotos de Ceres girando em seu eixo. A sonda deve entrar na órbita do planeta-anão em março de 2015, e então deve tirar muito mais fotos com seus três instrumentos principais: uma câmera de luz visível, um espectrômetro de luz visível e infravermelha, e um espectrômetro de nêutrons e raios gama.

Em sua jornada pelo espaço, a Dawn já visitou outro corpo celeste: o asteroide Vesta, também no cinturão de asteroides, em 2011. Por que ela está indo para esses lugares? A NASA explica:

O asteroide Vesta e o planeta anão Ceres foram escolhidos porque, embora ambos tenham surgido no início da formação do sistema solar, eles se desenvolveram em dois tipos diferentes de corpos celestes. O Vesta é um objeto seco e diferenciado, com uma superfície que apresenta sinais de desgaste. Ele se assemelha aos corpos rochosos do sistema solar interior, incluindo a Terra. O Ceres, no entanto, tem uma superfície primitiva de minerais contendo água, e pode possuir uma atmosfera fraca. Ele parece ter muitas semelhanças com as grandes luas geladas do sistema solar exterior.

Ao estudar ambos com os mesmos instrumentos na mesma nave espacial, a missão Dawn espera comparar o caminho evolutivo distinto que cada um tomou, bem como criar uma imagem geral do sistema solar em seu início. Os dados retornados pela sonda Dawn podem nos dar a oportunidade de avançar bastante o nosso conhecimento de como o sistema solar se formou.

A missão da Dawn deve acabar ainda este ano, mas dado o histórico da NASA, é capaz que ela continue funcionando por muito mais tempo. [Dawn Blog via @coreyspowell]

Imagens: William K. Hartmann/UCLA/NASA e NASA/JPL

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