Deezer começa a rotular músicas geradas por IA

Um quinto das músicas enviadas diariamente na Deezer são totalmente de IA, com 70% de streamings falsos; plataforma anuncia medidas
Imagem: Divulgação/Deezer

Na última sexta-feira (20), a Deezer anunciou que será a primeira plataforma a rotular claramente álbuns que incluem faixas de IA (inteligência artificial). Em 2023, o serviço já havia criado uma ferramenta para excluir músicas com uso de deepfake.

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A fim de combater as fraudes de streaming, as faixas também não aparecerão em playlists editoriais ou em recomendações com base em algoritmos. Além disso, as transmissões fraudulentas estão sendo filtradas do pagamento de royalties.

Isso porque o novo sistema de marcação revelou que cerca de 18% das músicas enviadas diariamente (mais de 20 mil faixas) agora são totalmente de IA. Embora a maioria delas não viralize, a Deezer descobriu que essas faixas têm cerca de 70% de streamings falsos. Ou seja, que são projetados para gerar royalties fraudulentos.

Além disso, segundo a plataforma, as músicas somente com IA representam apenas 0,5% de todos os seus streams. No entanto, a tendência está crescendo rapidamente. De acordo com um estudo da CISAC e da PMP Strategy, quase 25% da receita dos criadores estará em risco até 2028, podendo chegar a € 4 bilhões (aproximadamente R$ 25,4 bilhões).

Com isso, o serviço afirma estar “estabelecendo um precedente de como as plataformas de streaming podem lidar com o aumento da música produzida por IA de forma responsável”.

“A IA não é inerentemente boa ou ruim, mas acreditamos que uma abordagem responsável e transparente é fundamental para construir confiança com nossos usuários e com a indústria musical”, declarou Alexis Lanternier, CEO da Deezer, em um comunicado à imprensa. “Também somos claros em nosso compromisso de proteger os direitos de artistas e compositores em um momento em que a lei de direitos autorais está sendo questionada em favor do treinamento de modelos de IA.”

Em dezembro, a Deezer solicitou duas patentes para sua tecnologia de detecção de IA. A companhia têm como foco duas maneiras de detectar “assinaturas únicas” usadas para diferenciar conteúdo sintético de conteúdo autêntico.

Isabela Oliveira

Isabela Oliveira

Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.

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