Ciência

Descoberta na Islândia pode explicar o fim do Império Romano

Rochas encontradas na Islândia são evidências de mudanças climáticas que contribuíram para a queda de Roma.
Imagem: Universidade de Southampton/Reprodução

Cientistas descobriram evidências em rochas na Islândia que revelam como um evento climático contribuiu para o fim do Império Romano.

As rochas de granito saíram da Groenlândia por icebergs entre os anos 540 e 800 d.C., chegando até uma praia na Islândia, indicando uma grande atividade de icebergs. Segundo um estudo publicado na última semana por cientistas que descobriram as rochas na Islândia, essa atividade de icebergs é um reflexo das condições climáticas mais frias.

Esse período de resfriamento intenso e rápido é conhecido como “Pequena Era do Gelo do Final da Idade Antiga”. As rochas da Islândia datam desse período que coincide com o fim do Império Romano.

Os cientistas descobriram as rochas após observações de satélites mostrarem sedimentos com colorações mais claras, diferentemente de quase todas as outras praias da Islândia. A coloração, de acordo com o estudo, se deu pela presença de conchas. No entanto, rochas de granito não são nativas da Islândia, instigando os cientistas que analisaram os sedimentos.

As rochas encontradas na Islândia. Imagem: Universidade de Southampton/Reprodução

No estudo, os cientistas confirmaram que as rochas vieram de diferentes lugares da Groenlândia, que fica a 300 quilômetros da Islândia, sugerindo o transporte pelo movimento de icebergs.

A descoberta mostra que muitos icebergs da Groenlândia chegaram a esta praia no oeste da Islândia durante o período de formação de sua camada de sedimentos.

De acordo com o estudo, o frio contribuiu para o crescimento de geleiras na Groenlândia, formando muitos icebergs durante a “pequena era do gelo”.

Mudanças climáticas e fim do Império Romano

Anteriormente, cientistas associaram essa “pequena era do gelo” a outros eventos, como o fim da Dinastia Wei do Norte, na China, e o declínio de Teotihuacan, na América Central.

Um comunicado da Universidade de Southampton, no Reino Unido, afirma que “historiadores debatem o papel do resfriamento na queda do Império Romano há muito tempo”.

O novo estudo das rochas da Islândia reforça a teoria de que a “pequena era do gelo” contribuiu para o fim do Império Romano. Contudo, o comunicado ressalta que Roma já estava em decadência. Desse modo, o evento climático deu um empurrão.

“O período de resfriamento breve, mas intenso, pode ter acelerado a queda do império já decadente e desempenhado um papel importante nas migrações em massa que reformularam a Europa naquele período”, diz.

Já Tom Gernon, coautor do estudo e professor da Universidade de Southampton, destaca a mudança climática como o estopim para a queda do Império Romano.

Pablo Nogueira

Pablo Nogueira

Jornalista e mineiro. Já escreveu sobre tecnologia, games e ciência no site Hardware.com.br e outros sites especializados, mas gosta mesmo de falar sobre os Beatles.

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