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O caso do Galaxy Note 7 explosivo ficou ainda mais estranho

A Samsung ainda não sabe faz a bateria do Note 7 explodir. Enquanto isso, consumidores passam por transtornos cada vez maiores.

O Samsung Galaxy Note 7 está morto e enterrado, mas a história continua ganhando novos capítulos cada vez mais bizarros. O aparelho foi banido de voos nos EUA, o que está criando uma confusão enorme na hora de embarcar; há pessoas vendendo o aparelho explosivo no eBay, mesmo com o site se esforçando para derrubar as listagens; e descobriu-se que era a própria Samsung quem testava as baterias do Note 7, uma prática não muito comum na indústria.

Os possíveis motivos que fizeram os smartphones Galaxy Note 7 explodirem
Já era: a Samsung vai parar de fazer o Galaxy Note 7 em definitivo

Fabricantes de gadgets costumam ir a empresas terceirizadas para testar os componentes dos dispositivos, mas a Samsung não seguiu isso no caso do Note 7. De acordo com o Wall Street Journal, um laboratório próprio foi usado durante os testes do aparelho:

“Para vender smartphones nas principais operadoras dos EUA, fabricantes precisam testar as baterias em um dos 28 laboratórios certificados pelo grupo da indústria wireless dos EUA, a CTIA, para garantir a conformidade com as normas estabelecidas pelo Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos.

A Samsung é a única fabricante a usar instalações internas de testes de bateria para a certificação da CTIA, segundo a associação.”

A Samsung diz que seus laboratórios são autorizados para realizar esses testes, e que eles não encontraram problema algum nas baterias do Note 7 nos meses anteriores ao lançamento. Os testes incluem chamadas telefônicas e carregamento do aparelho – cenários em que a bateria é mais propensa a superaquecimento, o que pode levar à explosão ou a outros defeitos menos graves.

Atualmente, a Samsung é a única a fazer testes internos. No passado, ela teve companhia: a Motorola e a Nokia também usavam laboratórios próprios, mas essas instalações estão sendo fechadas.

Agora a empresa tenta encontrar uma explicação para a falha que leva as baterias a explodirem – já falamos sobre alguns dos motivos que podem ter causado o problema, mas, até o momento, não há confirmação do que exatamente causou isso.

eBay remove anúncios

Enquanto a Samsung não encontra uma explicação para as explosões, pessoas que compraram o Note 7 estão tentando se livrar do aparelho em vez de participar do recall, obrigando o eBay a remover anúncios do dispositivo. Um representante da empresa diz ao IBTimes UK: “posso confirmar que estamos proativamente removendo todos os anúncios do Samsung Galaxy Note 7”.

Você até pode encontrar o aparelho na busca do eBay, mas ao abrir as listagens, sempre aparecerá uma mensagem como “Este anúncio foi encerrado” ou “Este anúncio terminou”. Os preços giravam em torno de R$ 3.000.

O efeito do banimento do dispositivo em aviões

Uma lei federal nos EUA proibiu o transporte do Galaxy Note 7 em aviões – independentemente de o aparelho estar ou não ligado. As consequências disso? Muita confusão: alguns usuários de outros aparelhos da Samsung acham que seus dispositivos também estão banidos. Como explicou o leitor Rahul ao Gizmodo:

“Quando o Note estava apenas “semi-banido”, comissários de bordo estavam pedindo para as pessoas desligarem e não carregarem. Tudo bem. Hoje [16] quando eu estava deixando San Diego… as companhias aéreas ainda estavam usando a velha dica do “não carregue e desligue”… Mas alguns avisos no aeroporto diziam especificamente que o aparelho estava banido.

No posto de inspeção de segurança, conforme um marido/parceiro estava se despedindo da sua esposa/parceira, ela deu a ele seu smartphone porque pensava que não poderia levá-lo no avião. Era um Galaxy S5 ou S6, não sei dizer com certeza, mas definitivamente não era um Note. Então está causando bastante confusão.

Por fim, estamos apostando demais em comissários de bordo que não sabem a diferença entre um laptop e um tablet, e menos ainda em casos como o que ocorre com o Note. Não me surpreenderei se perdemos acesso aos nossos celulares antes da decolagem novamente, como resultado do fiasco da Samsung.”

Mesmo antes da proibição geral, alguns comissários de bordo já se confundiam com as características do Note 7, como relatou o leitor Terrance:

“Eu estava voltando para Houston, Texas, de Dubai, e enquanto estava em Dubai me pediram – antes de o banimento do Note 7 entrar em prática – para remover todas as baterias das minhas bagagens, e se eu tivesse um Note 7, era para remover a bateria também. Espere um minuto, as baterias do Note 7 NÃO PODEM ser removidas.”

Os transtornos ainda envolvem pessoas que viajaram para outra cidade ou país com o Note 7 e agora não podem levá-lo de volta para casa – precisam abandonar o aparelho e se virar sem celular quando chegam ao destino.

Alguns ainda se recusam a seguir as orientações e tentam discutir com comissários de bordo para embarcarem com o aparelho – independentemente dos riscos que ele pode causar para a pessoa e todos os outros passageiros do voo.

Prejuízo para a empresa, transtornos para os consumidores e falta de explicação para o que aconteceu: essas são as consequências atuais do fiasco do lançamento do Note 7. Apesar de ter ficado pouco tempo à venda, o smartphone está causando dor de cabeça para muita gente – e as coisas devem continuar assim por um tempo.

[Gizmodo, IBTimes UK, Wall Street Journal]

Fotos por Gizmodo e AP

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