Cientistas criam célula viva com DNA “alienígena”

Após 15 anos de trabalho, cientistas criaram com sucesso uma célula viva com DNA que contém dois componentes não-naturais. O avanço nos aproxima de sintetizar células que podem produzir remédios sob demanda. Ele ainda abre a porta para um futuro no qual poderíamos criar vida diferente de tudo já encontrado na Terra. “O que temos […]

Após 15 anos de trabalho, cientistas criaram com sucesso uma célula viva com DNA que contém dois componentes não-naturais. O avanço nos aproxima de sintetizar células que podem produzir remédios sob demanda. Ele ainda abre a porta para um futuro no qual poderíamos criar vida diferente de tudo já encontrado na Terra.

“O que temos agora é uma célula viva que literalmente armazena mais informação genética”, explica Floyd Romesberg, que liderou o estudo durante a última década e meia. Também vale a pena destacar que eles também convenceram a vida natural a viver em harmonia com material genético sintético, o que é incrível. Afinal de contas, nós já criamos DNA sintético antes; mas este é um novo tipo de DNA ciborgue, e é potencialmente muito mais poderoso.

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A Nature se refere a essas bases artificiais como “alienígenas”. Os cientistas certamente não estudaram aliens do espaço, mas eles estão lidando com algo totalmente estranho. A vida na Terra sempre continha as mesmas quatro subunidades de DNA – também conhecidas como nucleotídeos – representados pelas letras A, T, C e G. Agora, as possibilidades são aparentemente infinitas, pois os cientistas expandiram esse alfabeto para incluir pelo menos duas novas subunidades não-naturais.

Dito isso, agora sabemos que o modelo tradicional de DNA com quatro letras não é a única forma de criar vida. Alguns chegam a pensar que é possível criar um organismo feito apenas de nucleotídeos não-naturais. Eles são pouco semelhantes aos quatro naturais, de acordo com Steven Benner, um pioneiro nesse tipo de pesquisa na década de 1980. “Eu não acho que há um limite”, Benner disse à Nature. “Se você voltar e repetir a evolução por quatro bilhões de anos, seria possível surgir um sistema genético diferente.”

Isso é sensacional por si só, mas a biologia sintética pode ir além, podendo até nos levar à cura para o câncer. Isso se nós não criarmos acidentalmente um novo tipo de câncer. [Nature]

Imagem via Shutterstock

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