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Dólar alto fez preço de smartphones aumentar 15% durante 1º trimestre de 2020

Com a valorização da moeda norte-americana, a consultoria IDC Brasil informa que isso fez com que o preço dos smartphones aumentasse 15% em média.

Traseira do Moto G8

Traseira do smartphone Moto G8. Crédito: Guilherme Tagiaroli/Gizmodo Brasil

A pandemia do coronavírus começou a afetar o Brasil em março. Mesmo assim, a crise de saúde influenciou consideravelmente o mercado de smartphones no primeiro trimestre deste ano. Talvez o número que mais chame a atenção seja o preço médio dos aparelhos. Influenciado pela alta do dólar, houve crescimento de 15,11%, chegando a R$ 1.473.

Segundo o relatório da consultoria IDC Brasil, a grande maioria dos aparelhos vendidos fica na categoria que eles chamam de “intermediário premium”, ou dispositivos que têm preço que variam entre R$ 1.000 e R$ 1.999.  Alguns exemplos dessa categoria são os dispositivos da linha Moto G, da Motorola; linha K, da LG e alguns da linha Galaxy A, da Samsung.

Esta divisão de aparelhos “intermediários premium” representou um volume de vendas de 5,1 milhões de unidades durante o período, representando uma alta de 53% comparado ao mesmo período de 2018. Já a categoria premium, que tem preço entre R$ 2.000 e R$ 2.999, contabilizou 1,2 milhão. Durante o trimestre, foram comercializados no total 9,8 milhões de smartphones.

Se não ficou claro, as marcas esperam que o grosso das vendas seja mesmo nessa linha de “intermediários premium” — isso, de alguma forma, explica o investimento da Motorola neste ramo nos últimos anos, com as distintas variações de smartphones Moto G, por exemplo. Só nesta semana que a marca voltou ao mercado dos aparelhos premium com a linha Moto Edge.

Efeitos da pandemia

A pandemia foi mostrando aos poucos os seus efeitos no ramo de smartphones. Em janeiro, quando havia predominância de casos na China, o mercado fechou com alta de 14%. No mês seguinte, houve queda de 4% e em março, com a quarentena e o fechamento de comércio, a redução de vendas foi de 27%.

“Os fabricantes que não dependem de componentes fabricados na China não foram tão afetados com o lockdown em Wuhan, epicentro da doença, e equilibraram melhor o seu estoque. Já aqueles que possuem uma dependência maior dos componentes produzidos na China foram impactados e os efeitos chegaram ao varejo”, informa Renato Meireles, analista de pesquisa e consultoria em Consumer Devices da IDC Brasil, em comunicado à imprensa.

Indo para o mercado cinza, composto basicamente por importados, a consultoria constatou um grande aumento na venda desses aparelhos. Foram vendidos 1,1 milhão de unidades de janeiro a março, apresentando uma alta de 135%. O provável motivo para a alta foram os lançamentos mundiais feitos por companhias chinesas. Na sequência, com o fechamento de fábricas na China, houve queda no abastecimento de vendas.

Neste período, houve também uma queda de 10% no preço dos smartphones do mercado cinza. O valor médio de aparelhos desta categoria ficou em R$ 1.260.

A consultoria ainda não fechou as análises do segundo trimestre, porém a expectativa é de uma redução ainda maior na venda do mercado de smartphones, já que o comércio físico ficou fechado durante o período. Quanto ao mercado cinza, a tendência é de preços ainda maiores para smartphones importados, já que o dólar continuou com cotação alta em relação ao real.

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