É melhor você ler os termos de serviço antes de usar o Google Drive

Hoje o Google Drive foi liberado e, para muitos, ele pode vir a ser o lar na nuvem de todos os arquivos — fotos, vídeos, documentos, relatórios… Veja: de coisas simples e corriqueiras a arquivos sensíveis, que se perdidos ou em mãos erradas causariam dor de cabeça. O problema? O Google lava as mãos e […]
Termos do Google Drive.

Hoje o Google Drive foi liberado e, para muitos, ele pode vir a ser o lar na nuvem de todos os arquivos — fotos, vídeos, documentos, relatórios… Veja: de coisas simples e corriqueiras a arquivos sensíveis, que se perdidos ou em mãos erradas causariam dor de cabeça. O problema? O Google lava as mãos e não garante nada.

A política de privacidade unificada, em vigor desde o começo de março, atinge também o Google Drive. Lá, na seção “Nossas garantias e isenções de reponsabilidade”, o Google declara em letras GARRAFAIS:

EXCETO QUANDO EXPRESSAMENTE PREVISTO NESTES TERMOS OU EM TERMOS ADICIONAIS, NEM O GOOGLE, NEM SEUS FORNECEDORES OU DISTRIBUIDORES OFERECEM QUAISQUER GARANTIAS SOBRE OS SERVIÇOS. POR EXEMPLO, NÃO NOS RESPONSABILIZAMOS PELOS CONTEÚDOS NOS SERVIÇOS, POR FUNCIONALIDADES ESPECÍFICAS DO SERVIÇO, OU PELA CONFIABILIDADE, DISPONIBILIDADE OU CAPACIDADE DE ATENDER SUAS NECESSIDADES. FORNECEMOS OS SERVIÇOS “NA FORMA EM QUE ESTÃO”.

CERTAS JURISDIÇÕES PREVÊEM DETERMINADAS GARANTIAS, COMO A GARANTIA DE COMERCIABILIDADE IMPLÍCITA, ADEQUAÇÃO A UMA FINALIDADE ESPECÍFICA E NÃO VIOLAÇÃO. NA MEDIDA PERMITIDA POR LEI, EXCLUÍMOS TODAS AS GARANTIAS.

E piora, já que qualquer coisa enviada para o Google passa a ser da empresa também:

Quando você faz upload ou de algum modo envia conteúdo a nossos Serviços, você concede ao Google (e àqueles com quem trabalhamos) uma licença mundial para usar, hospedar, armazenar, reproduzir, modificar, criar obras derivadas (como aquelas resultantes de traduções, adaptações ou outras alterações que fazemos para que seu conteúdo funcione melhor com nossos Serviços), comunicar, publicar, executar e exibir publicamente e distribuir tal conteúdo. Os direitos que você concede nesta licença são para os fins restritos de operação, promoção e melhoria de nossos Serviços e de desenvolver novos Serviços. Essa licença perdura mesmo que você deixe de usar nossos Serviços (por exemplo, uma listagem de empresa que você adicionou ao Google Maps). Alguns Serviços podem oferecer-lhe modos de acessar e remover conteúdos que foram fornecidos para aquele Serviço. Além disso, em alguns de nossos Serviços, existem termos ou configurações que restringem o escopo de nosso uso do conteúdo enviado nesses Serviços. Certifique-se de que você tem os direitos necessários para nos conceder a licença de qualquer conteúdo que você enviar a nossos Serviços.

Ou seja, você coloca o que quiser nos servidores da empresa por sua conta e risco, não há garantia alguma quanto à segurança dos serviços, eles estão ali “na forma em que estão”. A segunda parte diz que aquele rascunho do livro que você está escrevendo, ou as fotos sensacionais do book da sua empresa estão na mão do Google.

A primeira parte parece consenso na indústria (a Microsoft também não se compromete pela segurança dos dados armazenados no SkyDrive), mas a segunda, não. Dos termos de uso do Windows Live:

Exceto materiais que licenciamos para você, não reivindicamos a propriedade do conteúdo fornecido por você no serviço. O seu conteúdo permanece seu conteúdo. Também não controlamos, verificamos ou endossamos o conteúdo que você e outros disponibilizam no serviço.

Esse acordo draconiano é motivo para remover tudo do Google Drive, desinstalar o app do computador e celular e trocar o motor de busca do seu navegador pelo do DuckDuckGo? Não. O Google não tem motivo algum para fazer mau uso do que os usuários hospedam (exceto veicular publicidade baseada nele), e qualquer escândalo envolvendo a segurança dos dados seria uma mancha gravíssima e difícil de reparar na reputação do serviço — e reputação, em sistemas de armazenamento na nuvem, é 99% do marketing. O Dropbox que o diga: há alguns anos foi difícil à empresa explicar e se livrar do lamaçal de PR que a descoberta de que arquivos idênticos hospedados lá são “compartilhados” entre várias contas causou.

De qualquer forma, confiar demais numa empresa nunca é bom negócio, por mais bem intencionada que ela seja. Na dúvida, evite guardar dados críticos ali. Vai que… né?

fique por dentro
das novidades giz Inscreva-se agora para receber em primeira mão todas as notícias sobre tecnologia, ciência e cultura, reviews e comparativos exclusivos de produtos, além de descontos imperdíveis em ofertas exclusivas