ESA divulga imagens do 1º eclipse solar artificial; veja

Satélites da missão Proba-3 conseguiram criar seu primeiro "eclipse solar total artificial" em órbita

Nesta quarta-feira (18), a ESA (Agência Espacial Europeia) revelou as primeiras imagens da missão Proba-3 da atmosfera externa do Sol, a coroa solar.

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Em março, as espaçonaves Coronagraph e Occulter voaram a 150 metros de distância por horas. Seus dois satélites, capazes de voar como uma única nave espacial, conseguiram criar seu primeiro “eclipse solar total artificial” em órbita.

Devido ao grau de precisão um milímetro quando alinhadas, elas usam seu voo de formação para criar eclipses solares totais artificiais em órbita. Elas se alinham com o Sol de modo que o disco na Occulter cobre o disco brilhante do Sol para a Coronagraph, projetando uma sombra de 8 cm em seu instrumento óptico, ASPIICS. Este instrumento desenvolvido para a ESA captura imagens da coroa solar sem a interrupção da luz brilhante do Sol quando sua abertura é coberta pela sombra.

A observação da coroa é fundamental para entender o vento solar, bem como o fluxo contínuo de matéria do Sol para o espaço sideral. E, além disso, compreender o funcionamento das ejeções de massa coronal, explosões de partículas emitidas pelo Sol quase diariamente, sobretudo em períodos de alta atividade.

Esses eventos podem criar auroras deslumbrantes no céu noturno, mas representam sérias ameaças à tecnologia moderna. Isso porque podem interromper as comunicações, a transmissão de energia e os sistemas de navegação na Terra, como em maio de 2024.

A coroa solar atinge temperaturas acima de um milhão de graus Celsius, muito mais quente do que a superfície abaixo dela. O ASPIICS está desvendando essa diferença contraintuitiva estudando a coroa próxima à superfície do Sol com mais detalhes.

Além disso, o Radiômetro Digital Absoluto medirá a irradiância solar total, ou seja, quanta energia o Sol está emitindo em um momento. Já o Espectrômetro de Elétrons Energéticos 3D detectará elétrons nos cinturões de radiação da Terra, medindo direção de origem e níveis de energia. As imagens foram processadas pelo Centro de Operações Científicas da ASPIICS, no Observatório Real da Bélgica.

“Cada imagem completa – cobrindo a área desde o Sol oculto até a borda do campo de visão – é, na verdade, construída a partir de três imagens”, explica Andrei Zhukov, pesquisador do ASPIICS. “A diferença entre elas é apenas o tempo de exposição, que determina por quanto tempo a abertura do coronógrafo fica exposta à luz. A combinação das três imagens nos dá a visão completa da coroa.”

1º eclipse solar artificial

A diferença em relação a imagens de um eclipse natural é que as artificiais permitem criar um eclipse uma vez a cada 19,6 horas de órbita. Enquanto isso, eclipses solares totais ocorrem naturalmente apenas uma vez do ano – ou, raramente, duas. Ademais, os naturais duram apenas alguns minutos, enquanto a Proba-3 pode manter o seu por até 6 horas.

O voo em formação foi autônomo, mas sob supervisão da equipe de controle em solo. No futuro, o objetivo é alcançar a autonomia total do sistema.

Nos últimos anos, vários institutos na Europa desenvolveram modelos para simular essas observações. Porém, o Proba-3 “observará a coroa solar quase até a borda da superfície solar, o que só era possível durante eclipses solares naturais”, segundo Jorge Amaya, Coordenador de Modelagem do Clima Espacial da ESA. Confira a imagem:

Coroa solar vista pelo ASPIICS da Proba-3

Imagem: Divulgação/ESA

Isabela Oliveira

Isabela Oliveira

Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.

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