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Após eleições dos EUA, Facebook está de olho em grupos que violam suas políticas

Administradores e moderadores de grupos colocados em "liberdade condicional", terão que aprovar cada postagem manualmente.

Manifestantes comemoram depois que Joe Biden foi declarado o vencedor das eleições presidenciais dos EUA de 2020 em 7 de novembro de 2020, em Atlanta, Geórgia. Foto: Tami Chappell/AFP (Getty Images)

Embora milhões de americanos – e na verdade, o mundo – suspiraram de alívio no sábado (7) quando foi anunciado que o ex-vice-presidente dos EUA Joe Biden havia dado ao atual presidente, Donald Trump, as piores notícias de sua vida (também conhecido como, você está demitido), a temporada de eleições ainda não acabou. Isso significa que o Facebook ainda tem muito trabalho a fazer para impedir que sua plataforma se torne um pântano tóxico de desinformação.

A empresa aparentemente tem uma nova ideia para resolver esse problema: liberdade condicional de grupos. De acordo com uma reportagem publicada no sábado no Washington Post, se o Facebook detectar que os grupos têm muitas postagens que violam seus padrões de comunidade, ele colocará esses grupos em liberdade condicional, o que exigirá que administradores ou moderadores aprovem cada postagem manualmente. O Facebook confirmou a informação ao Gizmodo.

Os grupos afetados pela medida temporária – anunciada no mesmo dia em que Biden foi declarado o próximo presidente dos EUA – ficarão em liberdade condicional por 60 dias, e não haverá como apelar ou anular a decisão. O Facebook disse ao Gizmodo que embora o período esteja programado para durar 60 dias, ele continuará avaliando a duração da medida.

“Estamos temporariamente exigindo que administradores e moderadores de alguns grupos políticos e sociais nos EUA aprovem todas as postagens se seu grupo tiver uma série de violações dos Padrões da Comunidade por parte de membros”, disse o porta-voz do Facebook Leonard Lam ao Gizmodo em um comunicado por e-mail.

Lam explicou que a empresa estava implementando a medida “para proteger as pessoas durante esse período sem precedentes”.

Um porta-voz do Facebook disse que a medida daria aos administradores do grupo a chance de garantir que todas as postagens em sua comunidade sejam contribuições positivas e consistentes com a cultura do grupo. O Facebook informa aos administradores e moderadores que seu grupo foi colocado em liberdade condicional por meio de notificação. Também permite que eles saibam em que data seu grupo sairá da liberdade condicional.

Administradores e moderadores ainda podem aprovar postagens falsas ou prejudiciais, mas não é uma boa ideia. O Facebook considera que os administradores ou moderadores que aprovam publicações que violam os padrões da comunidade demonstram que o objetivo do grupo pode ser espalhar conteúdos prejudiciais. Um porta-voz do Facebook disse que quando administradores ou moderadores publicarem ou aprovarem o conteúdo que viola seus padrões repetidamente, ele irá excluir o grupo.

Em uma situação que exige que o Facebook determine se deve remover um grupo, o porta-voz disse que analisa as ações do administrador e do moderador. Se os responsáveis ​​frequentemente violam as regras do Facebook ou aprovam publicações de outros que violam suas regras, a empresa considera essas ações como ataques contra o grupo em geral. O porta-voz do Facebook disse que, além das avaliações do moderador e do administrador, a rede social também analisa outros fatores ao decidir se deseja excluir um grupo.

A nova medida de liberdade condicional do Facebook está sendo implementada durante uma tempestade de desinformação e mentiras, muitas delas vindas do atual habitante da Casa Branca e seus leais comparsas. Grupos na rede de mídia social são um terreno fértil para essas reivindicações, que muitas vezes se espalham como um incêndio.

Esta semana, um grupo do Facebook chamado “Stop the Steal”, que espalhou falsas alegações sobre fraude eleitoral, ganhou mais de 300.000 membros em menos de 48 horas e criou centenas de milhares de impressões totais. O grupo organizou inúmeros protestos presenciais em várias partes do país, e alguns comentários fizeram referências a armas, segundo a Rolling Stone. O Facebook removeu o grupo porque ele foi organizado em torno da “deslegitimação do processo eleitoral”, bem como por “incitações preocupantes à violência”.

Como acontece com muitas iniciativas do Facebook, teremos que esperar para ver se isso tem algum impacto real ou significativo. Os próximos dois meses serão, sem dúvida, tempos difíceis, e o mais importante que todos podemos fazer é proteger e respeitar a vontade do povo. Não vai acabar até que Biden esteja na Casa Branca.

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