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Elon Musk talvez seja nossa melhor esperança para ir além dos combustíveis fósseis

Em uma palestra que Elon Musk deu em Paris, ele explicou como o mundo poderia acelerar a transição para sair da era do combustível fóssil.

Os líderes de 196 países estão negociando uma meta de emissões de carbono para o planeta, a fim de evitar um apocalipse ambiental. O trabalho real será feito pelas empresas, que precisam entregar a mudança para os consumidores. E nenhum empresário está fazendo tanto para ajudar a mudar nosso consumo de energia do que Elon Musk.

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Em uma palestra que Musk deu em Paris, ele explicou como o mundo poderia acelerar a transição para sair da era do combustível fóssil. Basicamente, ele defende um imposto sobre o carbono para empresas irresponsáveis – que, coincidentemente, são as ​​concorrentes de Musk. Ou elas saem do mercado, ou mudam suas práticas.

O Business Insider tem uma análise propondo que um futuro livre de combustíveis fósseis era, na verdade, o plano de Musk o tempo todo.

O bilionário comanda um trio de empresas: a Tesla, de carros elétricos e baterias; a SolarCity, que vai fabricar o painel solar mais eficiente de todos; e a SpaceX, de transporte espacial.

Os carros elétricos da Tesla serviriam como uma espécie de cavalo de Troia para fazer consumidores pensarem sobre fontes de energia, educando este público para as baterias Powerwall e painéis solares da SolarCity, que mudarão como as residências coletam e armazenam energia.

A SpaceX seria uma espécie de backup no caso de nós realmente estragarmos o planeta. Musk sugeriu, por exemplo, usar bombas de fusão para estourarem no céu de Marte: isso aqueceria o planeta e o prepararia para abrigar vida.

Musk não faz parte da coalizão Bill Gates-Mark Zuckerberg-Jeff Bezos que se comprometeu a injetar bilhões em tecnologia de energia limpa. No entanto, o empresário possui um mini-império próprio nessa área, já tem soluções no mercado, e mais produtos estão por vir. Se ele cumprir a promessa de vender US$ 800 milhões em baterias, isso será um estímulo bastante significativo para a energia limpa.

Na palestra, Musk também deu uma bela explicação de como o carbono extra é ruim para o equilíbrio natural do planeta:

Existe uma certa quantidade de carbono que está circulando pelo meio ambiente: ele vai para o ar, é absorvido por planetas e animais, e volta para o ar. Esse carbono está apenas circulando pela superfície. Isso funciona bem, e vem acontecendo por centenas de milhões de anos.

O que mudou é que acrescentamos algo à mistura. Isso é o que eu chamaria de “cocô na tigela”: nós adicionamos carbono extra ao ciclo de carbono, e o resultado líquido é que sua quantidade nos oceanos e na atmosfera está aumentando com o tempo. É muito mais do que pode ser absorvido pelo ecossistema.

É realmente bem simples: estamos pegando bilhões de toneladas de carbono, que estava enterrado por centenas de milhões de anos, e não fazia parte do ciclo de carbono, pegando do subterrâneo profundo e adicionando ao ciclo de carbono.

O resultado é um aumento constante no carbono da atmosfera e dos oceanos… Quando observado no contexto da história, é assim:

O PPM (partes por milhão) do carbono variava no nível dos 300 por cerca de dez milhões de anos. Então, nos últimos séculos, ele subiu em uma ascensão vertical. Esta é a essência do problema, e isto é muito anormal, e uma ameaça bastante extrema, como você pode ver pela taxa de crescimento.

Isso vem acompanhado por um aumento na temperatura, como era de se esperar – um aumento de 2°C ou 3°C. É importante notar como o clima é realmente sensível à temperatura… pequenas mudanças resultam em efeitos enormes: Nova York estaria sob gelo com uma temperatura 5°C menor; e Nova York estaria debaixo d’água com uma temperatura 5°C maior…

A sensibilidade do clima é extremamente alta. Nós ampliamos esta sensibilidade ao erguer cidades bem no litoral. A maioria das pessoas vive muito perto do oceano, e alguns países sumiriam com um aumento do oceano. Nós basicamente projetamos a civilização para ser extremamente sensível à mudança climática.

Assista aqui à seção de perguntas e respostas da palestra.

Foto por Francois Mori/AP

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