Elsa, o primeiro furacão de 2021, chegou
O furacão denominado Elsa se tornou o primeiro da série de tempestades que ainda estão por vir. A temporada de furacões no Atlântico de 2021 atingiu o recorde, com cinco tempestades nomeadas. Elsa virou uma tempestade tropical na quinta-feira (01) e se transformou em furacão na manhã de sexta-feira, assim que se aproximava de Barbados. A tempestade está produzindo ventos de 140 km/h, o que faz com que seja um furacão de categoria 1.
Apesar da tempestade Elsa não ter chegado em terra firme, ventos com força de furacão atingiram Barbados, uma ilha no Caribe. Espera-se que a tempestade vá em direção aos EUA. Ainda que esteja um pouco distante e o cenário exato esteja se desenvolvendo, está claro que Elsa é uma tempestade que vale a pena acompanhar de perto.
É preciso primeiro entender que uma tempestade não precisa atingir a costa para ter um impacto. Vídeos de Barbados na manhã de sexta-feira mostram ventos soprando em Bridgetown, a capital do país. Faixas de chuva também acertaram a ilha, especialmente na costa sul. O Centro Nacional de Furacões alertou que 7,6 a 15,2 centímetros de chuva podem cair sobre uma grande área, com alguns pontos ficando alagados em 25,4 centímetros. Uma pequena tempestade também pode danificar locais costeiros, especialmente quando Elsa avança em direção ao arco de ilhas, conhecidas como Pequenas Antilhas. Santa Lúcia e São Vicente e Granadinas, regiões do Caribe estavam sob alerta de furacão na sexta-feira. São Vicente enfrentou uma erupção vulcânica em abril, e um furacão é a última coisa que os residentes de lá precisam.
Na tarde de sexta-feira, a tempestade Elsa atingiu o Caribe e se intensificou ainda mais. Os ventos atingiram 140 km/h, e esse aumento ajudou o furacão a fazer algo incomum para uma tempestade na região nesta época do ano: significa que a tempestade se intensificou rapidamente. É um termo técnico meteorológico para quando os ventos de uma tempestade aumentam 55 km/h ou mais em 24 horas. É raro que ocorra uma rápida intensificação nessa área, principalmente nesta época do ano, quando as águas ainda não estão nem perto do pico de calor. De acordo com um tweet do meteorologista Sam Lillo, apenas uma outra tempestade se intensificou rapidamente no leste do Caribe ou no extremo sudoeste do Atlântico nesta época do ano. Isso é uma má notícia, pois a tempestade agora ameaça várias nações. Jamaica, Cuba, Haiti e República Dominicana emitiram alertas de furacão.
A diferença entre um furacão e uma tempestade tropical
A subida e descida de Elsa entre a tempestade tropical e o furacão aponta para uma distinção importante, mas ainda um tanto acadêmica. A diferença se concentra exclusivamente na velocidade máxima do vento. Qualquer tempestade ciclônica com ventos superiores a 63 km/h recebe um nome e é categorizada como tempestade tropical. Mas quando os ventos passam de 119 km/h, a tempestade tropical se transforma em furacão.
Sim, a velocidade do vento é um fator absolutamente importante em ciclones, o termo genérico para qualquer tempestade giratória. Mas geralmente, os maiores impactos vêm da água. A chuva e a tempestade causam a maior parte dos danos. É por isso que é importante ler ou ouvir a previsão com atenção. O furacão Sandy, por exemplo, teve ventos relativamente fracos, mas eles se espalharam por uma área enorme enquanto se movia pelo oceano. Isso permitiu que ela capturasse mais água e gerasse uma tempestade generalizada e poderosa que causou a maior parte dos bilhões de dólares em danos.
Existem, por exemplo, diferentes ciclones, incluindo subtropicais e extratropicais. Também existe algo chamado neutercano, um termo para pequenos furacões. Mas o ponto principal é: não preste atenção apenas ao tipo de tempestade, mas sim a todos os vários impactos.
A longo prazo, a previsão é de que Elsa vá para os Estados Unidos em meados da próxima semana. A previsão tão distante está sujeita a mudanças, já que pequenas perturbações podem tirar as tempestades de seu curso. Elsa também terá que atravessar o Caribe oriental, que é conhecido como o cemitério de furacões pelos ventos predominantes na região, que podem destruir tempestades. O fato de Elsa ter entrado e fortalecido é um pouco contraditório.
Apesar disso, a topografia montanhosa de Cuba deve impactar a tempestade. A previsão é que Elsa enfraqueça e se torne uma tempestade tropical quando passar sobre a ilha no início da próxima semana. Mas o Centro Nacional de Furacões espera que ela persevere e emerja como uma tempestade tropical do outro lado.
No momento, a Flórida está bem no meio do cone de probabilidade. É muito cedo para falar sobre impactos exatos, ainda mais sobre a terra firme. Mas se você mora nessa área – ou em qualquer outro lugar no caminho de Elsa – definitivamente vale a pena ficar de olho na previsão.
A temporada de 2021 já começou recorde
Depois da temporada de furacões que bateu recorde no ano passado, um pouco de fôlego com certeza teria sido bom. Mas, aparentemente, não podemos ter coisas boas.
O ano de 2020 viu a formação de um número recorde de tempestades e os impactos foram diversos. Ainda assim, a temporada de furacões de 2021 já está mais adiantada do que no ano passado. Houve cinco tempestades nomeadas até agora.
A Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (EUA) atualizou sua definição de uma temporada “normal” de furacões neste ano, como faz a cada década. A agência baseia sua definição de normal nos 30 anos anteriores de dados. A atualização decadal foi um pouco desanimadora. A nova temporada média prevê 14 tempestades nomeadas, sete furacões e três grandes furacões – um aumento de duas tempestades e um furacão em comparação com o ‘antigo normal’.
A razão para o aumento no número de tempestades é provavelmente uma combinação de melhores observações e mudanças climáticas. Infelizmente, a previsão é que este ano seja mais ativo do que a nova temporada média. Os cientistas da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional previram 60% de chance de uma temporada mais ativa, com até 20 tempestades nomeadas, 10 furacões e cinco grandes. Com Elsa, temos um furacão abatido. Veremos quantos mais faltam.