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Enfermeiros estão protestando contra hospital que leva o nome de Mark Zuckerberg

Mark Zuckerberg colocou seu nome em um hospital, e o ato de arrogância, previsivelmente, não está pegando bem com aqueles preocupados com sua privacidade. Cerca de uma dúzia de enfermeiros atuais e antigos protestou contra a mudança de nome no final de semana, quando cobriram o nome de Zuckerberg na fachada do hospital com fita […]

Mark Zuckerberg colocou seu nome em um hospital, e o ato de arrogância, previsivelmente, não está pegando bem com aqueles preocupados com sua privacidade. Cerca de uma dúzia de enfermeiros atuais e antigos protestou contra a mudança de nome no final de semana, quando cobriram o nome de Zuckerberg na fachada do hospital com fita azul.

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Zuckerberg e sua esposa doaram US$ 75 milhões ao Hospital Geral de San Francisco em 2015, o que financiou novos equipamentos e tecnologia para o hospital. Para comemorar a doação significativa, o hospital foi renomeado para “Priscilla and Mark Zuckerberg San Francisco General Hospital and Trauma Center”. Ainda assim, apenas o nome de Zuckerberg está incluído na placa de metal em frente ao hospital.

“Somos responsáveis por manter as pessoas mais vulneráveis privadas e protegidas”, disse Heather Ali, que trabalha na administração de enfermagem, em entrevista ao New York Times. “Agora, as pessoas se perguntam: ‘Quanto minha privacidade está protegida em um hospital com esse nome?’”

Durante o protesto de sábado (12), uma enfermeira do hospital disse ao New York Times que o nome de Zuckerberg “assusta” os pacientes. Um outro teria escrito “malwareberg” em um cartaz, com “Desinstale Zuckerberg” em outro.

A doação de Zuckerberg e de Priscilla Chan veio anos antes de o Facebook se enrolar em um enorme escândalo de privacidade, e o protesto de sábado é emblemático da mudança de percepção que as pessoas têm sobre empresas tecnológicas atualmente, em comparação com apenas alguns anos atrás. As pessoas estão cada vez mais desconfiadas de como as companhias de tecnologia podem abusar de suas informações. É, portanto, compreensivelmente perturbador para alguns ver o nome de um dos líderes mais poderosos da indústria tecnológica disposto em um hospital, local em que a privacidade é essencial.

FOX KTVU noticiou, em 2015, que o nome de Zuckerberg permaneceria no hospital por 50 anos, apontando que “bebês nascidos no local terão o nome do fundador do Facebook em suas certidões de nascimento”.

“Se soubéssemos o que sabemos agora, talvez não teríamos aceitados os fundos de Zuckerberg”, disse John Avalos, antigo membro do conselho de supervisores de San Francisco, em conversa com o New York Times.

Além do escândalo da Cambridge Analytica, uma iniciativa do braço de pesquisas Building 8, do Facebook, talvez não pegue bem também com os pacientes e funcionários do hospital. O grupo estava tentando bolar um plano em que a rede social compartilharia os dados anonimizados dos usuários com grandes hospitais dos EUA, segundo uma reportagem da CNBC de abril deste ano. Esse plano desde então foi pausado, mas ele sugere que nenhum dado é íntimo demais para o Facebook tentar botar suas mãos nele

Em contato com a reportagem do Gizmodo, um porta-voz do Priscilla and Mark Zuckerberg San Francisco General Hospital and Trauma Center disse que os nomes de Zuckerberg e da Dra. Chan foram adicionados ao nome do hospital “para refletir tanto a gratidão quanto a importância histórico de seu presente ao servir melhor o povo da cidade”. Eles acrescentaram que o hospital tem como mais importante compromisso “os pacientes, garantindo seu bem-estar e protegendo sua privacidade”.

[New York Times]

Imagem do topo: Getty

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