Com elementos de Metroidvania, Rise of the Tomb Raider aprofunda o gameplay do seu antecessor

O Gizmodo Brasil conversou com produtores de Rise of the Tomb Raider para saber o que esperar do novo jogo.

Por Daniel Junqueira e Bruno Izidro

A série Tomb Raider já tem quase 20 anos, e é até difícil de acreditar que já faz tanto tempo que Lara Croft está entre nós. E como fazer para que, mesmo depois de tanto tempo, uma série continue sendo relevante e inovadora? A Crystal Dynamics, produtora do jogo, está apostando em uma mistura de elementos clássicos com evoluções naturais e aprofundamento do gameplay para fazer de Rise of the Tomb Raider uma nova aventura memorável da franquia.

Rise of the Tomb Raider é a sequência do reboot Tomb Raider, lançado em 2013 e que foi muito bem recebido pela crítica e público. O novo jogo mostra Lara Croft um ano depois das aventuras mostradas no episódio anterior. Mas é uma Lara Croft mais forte e determinada do que nunca: uma personagem muito mais humana do que antes.

Rise of the Tomb Raider

O Gizmodo Brasil conversou com Meagan Marie e Michael Brinker, da Crystal Dynamics, durante a BGS 2015. Marie é Senior Community Manager do estúdio, enquanto Brinker é o chefe de design por trás de Rise of the Tomb Raider. “Eu trabalho com todos os departamentos e garanto que a equipe de design está desenvolvendo as coisas de acordo com a visão do diretor”, explicou. Não deve ser um trabalho nem um pouco fácil.

“Queremos trazer alguns elementos clássicos de Tomb Raider e misturá-los com a nova experiência”, disse Brinker, lembrando que o jogo visa misturar o que foi visto no reboot de 2013 com o que a série sempre ofereceu para os fãs. Como, por exemplo, as tumbas, que estão de volta para serem exploradas – o pouco foco nelas foi uma das críticas em relação ao último jogo. “O que mais se destaca no jogo para mim são as tumbas. Elas representam um perigo, são muito grandes e trazem muitos detalhes de história.” Apesar de não necessariamente estarem presentes na história principal do jogo, as tumbas vão se ligar ao enredo até que tudo se amarre no final.

Gameplay aprimorado e influência de Metroidvania


As tumbas são uma boa novidade, mas não são a única. O gameplay de Rise of the Tomb Raider foi refinado com um novo sistema de produção de itens, que usa recursos encontrados pelo mundo para construir coisas, seja um upgrade para a sua arma, ou até mesmo itens de recuperação. Também é possível usar essas coisas para liberar novas opções no sistema de combate e stealth. “Isso vai fazer da Lara uma personagem com muitos recursos”, explicou Brinker.

Já um sistema de tradução vai deixar Lara Croft – e os jogadores, claro – mais inteligentes durante o jogo. Lara poderá ler coisas em diferentes idiomas e dominá-los – fazendo isso, pode ganhar itens colecionáveis entre outras coisas. Pode, por exemplo, chegar a uma das novas tumbas. “Estamos falando de um sistema bastante profundo em que Lara tem muitos recursos e está aprendendo e ficando mais inteligente constantemente”, disse o designer.

Para quem está preocupado se o jogo vai ter um foco excessivo em combate e menos puzzles (ou o contrário), os produtores preferem não dizer se algo vai aparecer com mais frequência, mas garantem que a Crystal Dynamics quer que os jogadores joguem o jogo da forma que acharem melhor, com mais ênfase nos elementos que eles quiserem. Curte exploração? Você pode deixar a aventura de lado por algumas horinhas para tentar descobrir os segredos espalhados pelo mundo.

A exploração, aliás, ganhou um novo elemento para incentivar que os jogadores voltem a partes previamente visitadas no jogo – com um sistema de viagens rápidas pelo mapa que foi aprimorado, segundo os produtores. “Não vai ser só chegar em um lugar e pensar ‘estou aqui e posso voltar quando quiser’. Conforme você avança no jogo, pode retornar a partes antigas para desbloquear novas coisas,” contou Brinker. Partes do mapa que só são acessíveis com determinados itens ou habilidades? Isso está me cheirando a Metroidvania. “Dizemos que é um pouco de Metroidvania sim, e são coisas que estão mais fortes do que nunca”.

Lara Croft, uma personagem humana

Rise of the Tomb Raider

“Para mim, quando você olha para o que estamos querendo fazer com esse jogo, estamos falando sobre temas que são verdades universais. Coisas que fazemos todos os dias. Tomamos decisões nos nossos dias, fazemos sacrifícios, sofremos com perdas. Todos esses temas serão vistos nesse jogo, e isso não é só sobre um personagem principal masculino ou feminino, isso é sobre verdades universais, coisas que todos vão entender”. Essa explicação de Brinker sobre alguns dos temas que o jogo vai abordar indicam a direção que a Crystal Dynamics quer tomar com Lara Croft.

Aquela personagem que já foi um sex symbol nos tempos de curvas poligonais no começo da era 3D agora deu lugar a uma Lara Croft mais aprofundada, multidimensional, uma mulher forte. Não é exatamente uma resposta às discussões sobre o protagonismo feminino nos videogames, é simplesmente uma tentativa de fazer uma protagonista mais humana, que seja mais fácil das pessoas se identificarem. “Nossa equipe fez uma decisão de como seria a Lara antes dessas discussões começarem. A Lara é uma personagem que as pessoas se identificam bastante, e acho que é importante que ela use roupas e equipamentos adequados para o ambiente em que está.”, nos disse Marie.

A ideia dela ficar mais inteligente com o passar do tempo também faz parte dessa aproximação entre personagem e jogador: assim como Lara Croft pode se sentir recompensada por ter solucionado um puzzle complicado, o jogador também será.

A Tumba do Profeta

Rise of the Tomb Raider

Além de conversar com os desenvolvedores ainda pudemos jogar uma demo que estava disponível na BGS. O trecho mostrava Lara na Síria, em um lugar chamado Tumba do Profeta.

O que nos animou logo de cara foi perceber que Rise of The Tomb Raider pode fazer jus ao nome e vamos, de fato, explorar a fundo tumbas, que agora são bem maiores que as pequenas cavernas do jogo anterior. Já o que não muda é que elas estão cheias de puzzles para serem solucionados. Na Tumba do Profeta, eles são baseados em água e com a heroína fazendo muito uso de sua picareta.

Outra coisa que não vai mudar em Rise of The Tomb Raider é o quanto Lara sofre. Ela cai de lugares altos, se machuca e, principalmente, pode morrer das formas mais horríveis possíveis, graças às armadilhas que a tumba possui. Por sorte, no trecho apresentado elas não chegaram a trazer tanto perigo, porque quando são ativadas o jogo fica em câmera lenta com tempo suficiente para a personagem se livrar ou atirar em algo.

Infelizmente, por caso do tempo disponível, não chegamos a ver como está o combate, mas se ele já era satisfatório no jogo anterior, será bem difícil a Crystal Dynamics errar a mão aqui.

Rise of the Tomb Raider será lançado no dia 10 de novembro para Xbox One e Xbox 360.

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