Após polêmicas do WikiLeaks, Equador restringe acesso de Julian Assange à internet
Na terça-feira (18), o Equador confirmou que restringiu o acesso à internet do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, citando vazamentos recentes que afetaram a campanha presidencial dos Estados Unidos, e o princípio de não interferir em assuntos internos de outros países.
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De acordo com o WikiLeaks, Assange perdeu acesso à internet no fim de semana pouco depois de publicar transcrições de discursos pagos que Hillary Clinton, candidata à presidência dos EUA, deu ao banco de investimentos Goldman Sachs.
Na manhã de terça-feira, a organização sugeriu que o país fez isso para atender a demandas do Secretário de Estado americano, John Kerry, uma alegação que foi negada tanto por autoridades americanas quanto equatorianas.
“Nas semanas recentes, o WikiLeaks publicou uma série de documentos impactando a campanha eleitoral dos EUA,” disse o Ministro de Relações Internacionais do Equador em um comunicado. “Assim, o Equador exerceu seu direito soberano de restringir temporariamente o acesso a algumas redes de comunicação privada dentro da embaixada no Reino Unido.”
BREAKING: Ecuador admits it cut off Assange's internet due to his use of it to interfere in the U.S. election. pic.twitter.com/VNJ6sdHhHj
— Eric Geller (@ericgeller) October 18, 2016
Ainda assim, o Equador se mantém comprometido a oferecer asilo político a Assange, que vive na embaixada desde 2012 para evitar uma possível prisão e extradição relacionada a acusações de estupro e assédio na Suécia.
“O Equador, de acordo com a sua tradição de defesa de direitos humanos e proteção de vítimas de perseguição política, reafirma o asilo garantido a Julian Assange e reitera a sua intenção de proteger sua vida e integridade física”, diz o país. “A política externa do Equador responde apenas a decisões soberanas, e não cede à pressão de outros Estados.”
Foto: AP