Equipe descobre sepultamento infantil feito há 10 mil anos na Itália

Menina batizada de "Neve" foi deixada na caverna com várias conchas, que seriam lembranças de seus ancestrais. Confira
Sepultamento bebê 10 mil anos
Imagem: Dominique Meyer/Reprodução
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Uma equipe internacional de pesquisadores encontrou na caverna Arma Veirana, na Itália, vestígios de um sepultamento de bebê que remete ao período Mesolítico.

O corpo pertence a uma criança que morreu quando tinha pouco mais de um mês de idade. O estudo completo foi publicado na revista Scientific Reports.

Os cientistas estavam explorando a caverna desde 2015. Na época, encontraram ferramentas de mais de 50 mil anos associadas a neandertais da Europa, restos de refeições antigas, como ossos de javalis e alces, e até mesmo pedaços de gordura carbonizada.

Mas foi só em 2017 que os pesquisadores se depararam com um crânio realmente pequeno, que só poderia ser de uma criança. 

Uma menina

Após análises, concluíram que os restos mortais pertenciam a uma menina, que morreu há cerca de 10 mil anos.

A pequena, apelidada como “Neve”, tinha entre 40 e 50 dias quando perdeu a vida. Ela parece ter enfrentado tensões ainda dentro do útero, que interromperam o desenvolvimento de sua arcada dentária cerca de 28 a 47 dias antes do nascimento.

Problema nutricional

Não se sabe o que causou a morte da recém-nascida, mas a análise dos pesquisadores sugere problemas nutricionais. Durante a gravidez, a mãe se alimentava somente daquilo que tirava da terra, o que pode ter prejudicado a criança.

Sepultamento bebê

O corpo do bebê de sexo feminino estava adornado por conchas. Imagem: Claudine Gravel-Miguel/Reprodução

Exames de DNA apontam que a menina pertencia a uma linhagem de mulheres europeias conhecida como haplogrupo U5b2b. O corpo não foi encontrado sozinho, mas sim junto a uma série de conchas que parecem ter sido passadas a bebê como homenagem por outros caçadores-coletores.

Há poucas informações sobre sepultamento no período Mesolítico, mas o achado sugere um fato bem interessante: as mulheres, ainda que crianças, eram reconhecidas como pessoas plenas na sociedade. “Neve” parecia ter atributos de um “eu individual” e era associada ao grupo que pertencia. 

Um segundo artigo, atualmente em fase de revisão, deve trazer detalhes sobre o ritual funerário empregado e os enfeites que adornavam o sepultamento da bebê.

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Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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