Ciência

Escala de Turim: o que é e como ela ajuda a proteger a Terra

A classificação da Escala de Turim é utilizada por cientistas e autoridades para avaliar o risco de possíveis colisões de asteroides
Imagem: ESO/Reprodução

A Escala de Turim funciona como uma ferramenta importante para proteger a Terra de potenciais colisões de asteroides e cometas, classificando o risco com base em níveis de chances e a magnitude de tais impactos.

Essa escala utiliza um sistema de codificação com base em cores para representar o risco de ameaça de corpos celestes próximos à Terra.

Criada por astrônomos da União Astronômica Internacional, a escala foi adotada em 1999, durante um encontro da Sociedade Planetária em Turim, na Itália.

Além de cores, a Escala de Turim determina o risco de impactos de asteroides por níveis. Eles vão de 0 a 10, representando as chances e as consequências de possíveis colisões de asteroides com a Terra.

Níveis e cores de classificação da escala de Turim:

Branco

0: nível de perigo é considerado inexistente pela escala.

Verde — 1: normal

Chance extremamente improvável de colisão com base em cálculos astronômicos.

Amarelo — 2 a 4: merece atenção por parte dos astrônomos

O 2024 YR4, por exemplo, chegou ao nível 3 da escala de Turim, que faz parte da cor amarela, representando asteroides que não apresentam risco grande de atingir a Terra, mas com um 1% de chance de impacto.

Os três níveis da parte amarela da escala representam objetos que vão passar próximo da Terra em uma década. No entanto, o nível 3 apresenta 1% de chance de colisão, enquanto o nível 4 determina que uma possível colisão causaria devastação regional.

Laranja — 5 a 7: perigoso

A importância da Escala de Turim para proteger a Terra fica evidente nos níveis 5,6 e 7.

Objetos classificados a partir do nível 5 precisam de “muita atenção por parte dos astrônomos para determinar se uma colisão ocorrerá”.

Além disso, a escala sugere que planos de contingência por partes de governos devem ser iniciados caso o encontro ocorra em menos de uma década a partir da primeira observação.

Ainda tendo o 2024 YR4 como exemplo, ele passará perto da Terra em 2032, ou seja, daqui a sete anos. Caso a Escala de Turim considerasse o asteroide nos níveis da cor laranja, governos e instituições já estariam tomando providências para lidar com um possível impacto.

Os níveis 6 e 7 determinam a magnitude, classificando o risco como “perigo de catástrofe global”.

Vermelho — 8 a 10: certeza de impacto

As chances reais de colisões, conforme a Escala de Turim, ocorrem somente nos níveis da cor vermelha, que já englobam os danos de um impacto, pois a colisão é certeza.

A partir do nível 8, a Escala de Turim define a colisão como certeza. Nesse nível, a destruição de um possível impacto sendo em terra ou causando um tsunami caso ocorra no mar.

No entanto, eventos de tal magnitude ocorrem uma vez a cada mil anos. O nível 9 classifica eventos com capacidade similar de destruição, mas que ocorrem a cada 10 mil ou até 100 mil anos.

No nível 10, impactos de asteroide ocorrem a cada 100 mil anos ou menos. Um impacto de nível 10 causaria catástrofes climáticas de escala global e ameaçando o futuro da civilização.

Como a escala ajuda a proteger a Terra?

Imagem: Reprodução

Essencialmente, a Escala de Turim não tem o poder de desviar ou destruir asteroides, mas ajuda a proteger a Terra fornecendo informações sobre ações necessárias com base na classificação.

A Escala de Turim funciona, portanto, como um “framework” padronizado e de fácil entendimento para evitar alarmismo e permitir que cientistas e autoridades informem os riscos de maneira transparente.

Com isso, é possível evitar o pânico e criar abordagens racionais para analisar o risco e elaborar formas de combater ameaças. A Escala de Turim possibilita também transmitir conhecimento a ajudar a priorizar recursos para observações, monitoramento e esforços para proteger a Terra de possíveis colisões.

Pablo Nogueira

Pablo Nogueira

Jornalista e mineiro. Já escreveu sobre tecnologia, games e ciência no site Hardware.com.br e outros sites especializados, mas gosta mesmo de falar sobre os Beatles.

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