Escavação descobre túmulo com imagem do herói mitológico Hércules

Os arqueólogos afirmam que o túmulo pode ajudar a compreender os rituais funerários romanos no século 2 d.C.
Túmulo com imagem Hércules é descoberto em Israel.
Imagem: IAA/Reprodução

Arqueólogos da Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA) descobriram um túmulo com um entalhe de Hércules, o herói mitológico grego em uma competição de bebida.

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A IAA divulgou o sarcófago romano de 1.700 anos na última segunda-feira (9). O artefato, considerado extremamente raro, foi encontrado sob as dunas da antiga cidade de Cesareia.

Os arqueólogos acreditam que o sarcófago seja do século 2 ou 3 d.C. e sua importância é enorme para compreender a arte funerária romana na região.

Imagem: IAA/Divulgação

A IAA revelou que os arqueólogos escavaram e limparam o artefato para, em seguida, reunir os fragmentos, revelando um cenário narrativo completo no artefato de mármore.

O entalhe mostra uma disputa lendária entre Hércules, herói e semideus, contra o Dionísio, deus mitológico grego, representando temas de resistência, boêmia e transformação divina.

Entalhes no túmulo exibem elementos mitológicos de Hércules

Na cena, Hércules aparece caindo, possivelmente pelo efeito da bebida, segurando um cálice de vinho, evidenciando a derrota para Dionísio, basicamente o deus do vinho.

A pele de leão pode ser uma alusão ao Leão de Nemeia, a criatura que o herói mitológico enfrentou no primeiro de seus doze trabalhos.

Isso porque o sarcófago de mármore, com alto nível de detalhe artístico, é romano e já apareceu em mosaicos romanos. A mitologia romana incorporou a história do herói mitológico, que ganhou o nome de Herácles em latim, assim como Dionísio se tornou Baco.

Cesareia era a capital da Judeia, província romana no Oriente Médio de grande importância para o Império durante os séculos 1 e 6 d.C.

Contudo, o túmulo com a representação de Hércules é o primeiro artefato desse tipo encontrado em Israel e mostra sátiros, ninfas e Pan, deus da natureza, além de Dionisio.

De acordo com Nohar Shahar, arqueóloga que participou da escavação, as figuras simboliza também a passagem para o pós-vida.

“No caso deste sarcófago, as figuras não estão apenas celebrando — elas estão, na verdade, acompanhando o morto em sua última jornada em que a dança e a bebedeira se transformam em um símbolo de liberação e transição da vida para o mundo dos mortos”, afirma.

Shahar detalha o túmulo mitológico com a disputa entre Hércules e Dionísio em um vídeo (com legendas em inglês). Assista:

Pablo Nogueira

Pablo Nogueira

Jornalista e mineiro. Já escreveu sobre tecnologia, games e ciência no site Hardware.com.br e outros sites especializados, mas gosta mesmo de falar sobre os Beatles.

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