
Espionagem: Rússia usa Telegram para aliciar jovens ucranianos
Uma denúncia do serviço de inteligência ucraniano revelou uma tática da Rússia para recrutar espiões e adquirir informações valiosas sobre o território inimigo. Trata-se do uso de plataformas de mensagem, como o Telegram e WhatsApp, para recrutar jovens, incluindo menores de idade. Eles são incumbidos de coletar informações sobre a mobilização das forças militares da Ucrânia.
Vale lembrar que a guerra travada entre Rússia e Ucrânia tem se notabilizado pelo uso recorrente de recursos tecnológicos. Além do uso massivo de drones para atacar posições inimigas, os ataques cibernéticos contra órgãos e entidades governamentais se tornaram rotina neste conflito que já dura mais de 40 meses.
Agora, a prisão de um adolescente de 16 anos na cidade de Dnipro — a quarta maior cidade do país –, chamou bastante a atenção no mundo todo. De acordo com o Financial Times, o jovem denunciava as movimentações do exército local para as forças de defesa da Rússia — e este não foi um simples caso isolado.
Até o momento, mais de 700 pessoas foram presas acusadas de espionagem, sabotagem ou participação em atos terroristas organizados pelo governo russo. Deste total, cerca de 175 pessoas são menores de idade, o que tem causado grandes preocupações em Kiev.
Rússia convoca jovens para operações com risco de vida
Um dos fatos que mais chamam a atenção é que, além do envio de informações por texto ou imagens, os russos estariam convencendo alguns jovens a realizar operações de campo. Essas operações incluem, inclusive, aquelas que correm risco de vida, como, por exemplo, plantar explosivos em locais determinados pela inteligência russa.
Utilizando contas anônimas, agentes da Rússia entram em contato com jovens através de mensageiros como Telegram e WhatsApp. Eles também usam plataformas populares entre a comunidade gamer, como o Discord, por exemplo. Assim, eles prometem boas recompensas financeiras em troca da realização de tarefas rápidas.
Em muitos casos, os recrutados têm plena ciência do que estão realizando e também dos riscos envolvidos. No entanto, houve casos em que jovens acreditavam estar cumprindo desafios online e não sabiam que estavam trabalhando para o exército inimigo.
Além disso, existem pelo menos três casos confirmados de pessoas recrutadas que realizaram missões suicidas sem saber. A Rússia teria convencido os jovens a plantar explosivos em pontos designados. Porém, eles não resistiram aos ferimentos causados pelos artefatos, que foram ativados remotamente.