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Um esqueleto real de tiranossauro está à venda por US$ 2,39 milhões

O espécime TE-036, apelidado de Roosevelt, tem dimensões 11,6 x 3,6 x 3 m e consiste em ossos de três tiranossauros que viveram há 70 milhões de anos.

A Theropoda Expeditions é uma empresa privada de paleontologia, que descobre, escava, prepara e monta fósseis para museus e para clientes privados. Ela está vendendo um Tyrannosaurus rex por US$ 2,39 milhões.

O espécime TE-036, apelidado de “Roosevelt”, tem dimensões 11,6 x 3,6 x 3 m e consiste em ossos de três tiranossauros diferentes que viveram há 70 milhões de anos.

Na verdade, eles conseguiram 45% do esqueleto (135 de 300 ossos) e 44% do crânio (24 de 54 partes), coletados entre 2012 e 2014 nos EUA. Os ossos ausentes foram substituídos por réplicas para formar o T. rex completo.

A Theropoda Expeditions também vende um crânio de Tyrannosaurus rex por US$ 220.000, um esqueleto de tricerátops por US$ 790.000, e uma cauda de brachilofossauro por US$ 85.000.

Pode parecer estranho que uma empresa esteja cobrando tão caro por fósseis. Eles não deveriam ser oferecidos a museus, que nem sempre têm tantos recursos? Se os ossos forem para um colecionador privado, os paleontólogos – e o público – não terão a chance de vê-los nem de analisá-los.

Matt Heaton, da empresa privada de paleontologia FossilEra, argumenta que fósseis vendidos comercialmente não costumam ter valor científico, mas “colocar um deles nas mãos de uma criança vai despertar um interesse para a vida toda”.

Ainda assim, há muitas pessoas atrás de um fóssil lucrativo. Rumores dizem que celebridades como Nicolas Cage e Harrison Ford têm coleções privadas; e alguns museus também se dispõem a pagar caro.

Em 1997, o maior esqueleto de um T. rex – apelidado de “Sue” – foi vendido ao Museu Field de História Natural em Chicago por um valor recorde de US$ 8,36 milhões. O museu não adquiriu o espécime sozinho: eles contaram com ajuda da California State University, Walt Disney Parks and Resorts e até do McDonald’s.

Em 2013, um “caçador de fósseis” chamado Clayton Phipps tentou romper esse recorde, leiloando o esqueleto quase completo de dois dinossauros por até US$ 9 milhões, mas não conseguiu. O lance máximo chegou a US$ 5,5 milhões, e os fósseis puderam ser negociados diretamente com museus.

Este é um assunto polêmico também porque algumas pessoas escavam e vendem fósseis ilegalmente. Em 2014, Eric Prokopi foi condenado a três meses de prisão por contrabandear ossos de dinossauro vindos da Mongólia e da China, que proíbem a exportação de fósseis de vertebrados. A Theropoda Expeditions “garante que todos os nossos espécimes são coletados de forma legítima e profissional”.

Apesar das controvérsias, o mercado de fósseis continua firme e forte. O Journal of Paleontological Sciences tem uma lista extensa de fósseis obtidos comercialmente que agora estão em posse de museus e universidades – alguns via doação, e a maioria após compra.

[Theropoda Expeditions via Uncrate]

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