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Essa sonda pode investigar o misterioso oceano da maior lua de Saturno

A maior lua de Saturno, Titã, é o possível resultado de um planeta projetado por Salvador Dali. Tem lagos de metano, areia carregada eletricamente e, supostamente, um oceano escondido sob sua crosta. Enquanto a nave espacial Cassini e Huygens revelaram alguns desses mistérios, muitas questões permanecem sobre essa estranha lua. Recentemente, uma equipe de pesquisadores do […]

A maior lua de Saturno, Titã, é o possível resultado de um planeta projetado por Salvador Dali. Tem lagos de metano, areia carregada eletricamente e, supostamente, um oceano escondido sob sua crosta. Enquanto a nave espacial Cassini e Huygens revelaram alguns desses mistérios, muitas questões permanecem sobre essa estranha lua.

Recentemente, uma equipe de pesquisadores do Laboratório de Física Aplicada Johns Hopkins (APL) propôs uma sonda que eles acreditam poder enfrentar as muitas estranhezas de Titã. É um quadricóptero duplo chamado “Dragonfly”, que tiraria amostras da superfície e da atmosfera da lua em vários locais usando espectrometria de massa, espectrometria de raios gama e muito mais. Também é bonito pensar em um quadricóptero que flutua ao redor de uma lua alienígena como uma libélula.

Arte conceitual do Dragonfly. (Image: APL/Mike Carroll)

“Titã é um lugar único no nosso sistema solar”, Elizabeth Turtle da APL, investigadora principal do Dragonfly, disse ao Gizmodo. “É a única lua com uma atmosfera densa, e tem tanto um oceano de água líquido interno quanto mares de hidrocarbonetos na superfície. A rica química orgânica de Titã e o potencial para o material rico em carbono terem interagido com água líquida, tornam-na um lugar ideal para estudar processos químicos prebióticos — processos semelhantes aos que ocorreram no início da Terra e que levaram ao desenvolvimento da vida — e para procurar potenciais assinaturas de processos biológicos”.

Já que Titã tem uma atmosfera laranja inusitadamente espessa, haveria muito nitrogênio para que Dragonfly examinar. A equipe propõe que também atravesse a superfície da lua procurando assinaturas químicas de água ou vida com base em hidrocarboneto. Titã tem um ciclo de metano semelhante ao ciclo hidrológico da Terra, de modo que deve fornecer algumas assinaturas químicas interessantes da vida, caso haja alguma.

“Titã oferece uma oportunidade única para estudar a habitabilidade de um mundo oceânico que possui os ingredientes necessários para a vida, tal como a conhecemos, acessíveis na superfície”, explicou Turtle, “Material orgânico, energia e água”.

O próximo passo para o Dragonfly é esperar. A proposta será considerada entre os candidatos da missão New Frontiers da NASA. Mais tarde, este ano, a agência espacial escolherá alguns conceitos para estudar mais, mas, em última análise, escolherá apenas um para o programa de exploração planetária. Segundo a APL, essa decisão não será tomada até meados de 2019.

A equipe da Dragonfly já teve algum sucesso voando em torno de versões de teste da sonda – e aterrisando com pernas de bola de tênis. Embora não vá voar em Titã, será emocionante ver como a equipe molda sua intrépida sonda nos próximos anos.

Imagem de topo: NASA

[Johns Hopkins APL]

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