Este é Peter Paul Biro. Ele está usando análise de impressões digitais, ciência forense e câmeras espectrais de última linha. Para quê? Dependendo da pessoa para quem você perguntar, a resposta pode ser "para descobrir obras-primas perdidas" ou "para fabricar obras-primas".
Biro é famoso pelo pioneirismo no uso de análise de impressões digitais no litigioso mundo da autenticação de obras de arte – provando, digamos, que um Da Vinci perdido é de fato um Da Vinci – e foi o assunto de uma matéria forte de David Grann na New Yorker deste mês.
Suas técnicas e tecnologias o fizeram ser renomado no mundo da arte, e tanto museus públicos quanto colecionadores particulares o contratam para verificar a procedência de pinturas muito importantes (e frequentemente muito valiosas) de artistas que variam de Jackson Pollack a Michelangelo. Ele faz isso comparando impressões digitais nas telas com as que foram encontradas em pinturas de procedência já verificada, auxiliado por uma câmera única que ele mesmo construiu. Grann explica:
Para minha surpresa, Biro me mostrou outro laboratório, em um porão trancado. Aqui, disse ele, é mantido a sua ferramenta mais revolucionária: uma câmera multiespectral, um projeto pessoal dele, que estava montada em um braço robótico e escaneava uma tela por cima. O aparelho conseguia tirar fotografias de uma pintura em diferentes comprimentos de onda de luz, de infravermelho a ultravioleta, permitindo a ele distinguir, sem danificar a obra, os tipos de pigmentos que o artista usou. (Anteriormente, pequenas amostras de tinta precisavam ser extraídas e submetidas a análise química.) A câmera multiespectral também consegue revelar se uma pintura mais antiga estava escondida sob a superfície, ou se uma pintura já sofreu restauração. E se houver uma impressão digital presente, a câmera consegue analizá-la com extraordinário nível de detalhes. Biro se gabou da sua invenção, dizendo que ela ultrapassava "qualquer câmera atual" e que era "a única do seu tipo do no mundo".
Assim como a arte com que ele trabalha, é difícil identificar a verdadeira história por trás de Peter Paul Biro. Como mostrado na matéria do New Yorker (que você realmente deveria ler inteira), as complicadas câmeras e técnicas forenses de Biro apenas adicionaram uma camada extra de incerteza nos cantos mais obscuros da história da arte. [New Yorker]