Este navio gigante transporta outros navios

Quando o USS Cole foi desativado por um ataque da Al-Qaeda no ano 2000, a Marinha dos EUA se deparou com um sério dilema: como transportar um navio de guerra de 152 metros do Iêmen até Mississippi com uma ruptura de 12 metros de largura no casco? Você contrata o maior navio semi-submersível do mundo […]
Blue Marlin.

Quando o USS Cole foi desativado por um ataque da Al-Qaeda no ano 2000, a Marinha dos EUA se deparou com um sério dilema: como transportar um navio de guerra de 152 metros do Iêmen até Mississippi com uma ruptura de 12 metros de largura no casco? Você contrata o maior navio semi-submersível do mundo para trazê-lo de volta para casa, é assim que se faz.

Navios de transporte de cargas pesadas estão por aí desde a década de 1920, quando a empresa de construção naval alemã DDG Hansa criou o primeiro, o MV Lichtenfels. Eles são a principal tipo de navios semi-submersíveis, também conhecidos como “flo/flo” (de float-on/float-off). O convés rebaixado do navio permite que ele recolha itens da água inundando os seus tanques de lastro para submergir o convés, então eles são colocados em posição para serem carregados antes que o navio esvazie os tanques de lastro e emerja novamente.

Dentre as frotas de grandes navios de transporte de cargas pesadas, a da holandesa Dockwise Shipping reina. Ela opera 19 navios do tipo, a maior frota do gênero do mundo. O MV Blue Marlin é a joia da coroa dessa armada. Com 225 metros de comprimento, 56 mil toneladas métricas e um convés maior que dois campos de futebol americano, é o maior navio semi-submersível da Terra. O Blue Marlin é equipado com 38 cabines que acomodam até 60 pessoas e traz até sala de musculação, sauna e piscinas. Não surpreende ter sido esse o navio que a Marinha usou no resgate do USS Cole.

E não é só com navios avariados como o USS Cole que ele lida, o Blue Marlin também trabalha rebocando grandes plataformas petrolíferas de estaleiros da Ásia, onde são construídos, para o Golfo do México e outros locais ao redor do mundo onde elas operarão. Claro que plataformas “auto-instaláveis” poderiam muito bem cruzar o Pacífico por conta própria. Mas o MV Blue Marlin, com velocidade máxima de ~26 km/h, faz a viagem em um quarto de tempo graças ao seu motor primário de 17160 cavalos. Em 2005, o navio carregou um Sea-Based X-band Radar Unit de Corpus Christie, Texas, até o ponto mais ao sul da América do Sul e voltou, passando por Pearl Harbor e Havaí, até entregá-lo em Adak, no Alaska. Em 2006, o Blue Marlin bateu um recorde quando rebocou a maior plataforma de petróleo semi-submersível do mundo, a Thunder Horse PQD de 60 mil toneladas, por mais de 24 mil quilômetros de Okpo, Coreia do Sul, até Corpus Christie, Texas.

Ser diminuído pelo cargueiro não será um problema para o vindouro Vanguard, também da Dockwise. Quando finalizado, esse navio semi-submersível gigantesco será capaz de transportar 50% a mais de carga (levantando 110 mil toneladas) que o Blue Marlin em cima de um convés 70% maior que o do seu antecessor. Esperamos que ele seja empregado em operações pacíficas. [WikipediaDockwiseEngines of Our IngenuityShipspottingAmusing Planet]

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