Este novo método pode ajudar cientistas a catalogar cada célula humana

Células são todas bem diferentes. Até mesmo duas parecidas, que devem trabalhar em conjunto no mesmo tecido, podem ter características e produzir proteínas diferentes. Então como saber qual é qual? Saber classificar diversas células de forma rápida e eficiente é uma tarefa difícil, e métodos criados anteriormente exigem a necessidade de avaliar uma célula por […]

Células são todas bem diferentes. Até mesmo duas parecidas, que devem trabalhar em conjunto no mesmo tecido, podem ter características e produzir proteínas diferentes. Então como saber qual é qual?

Saber classificar diversas células de forma rápida e eficiente é uma tarefa difícil, e métodos criados anteriormente exigem a necessidade de avaliar uma célula por vez, de acordo com um comunicado da Universidade de Washington. Mas uma equipe de pesquisadores da universidade desenvolveu um método para determinar de forma rápida e barata diferenças sutis entre diferentes tipos de célula em um organismo. Eles apenas testaram o método em minhocas, mas um dia ele pode vir a ser usado em amostras maiores.

Os pesquisadores acreditam, por exemplo, que cientistas poderão usar este método para criar um atlas “para definir o estado molecular de cada célula durante o ciclo de vida do C. elegans,”  de acordo com a pesquisa publicada hoje na Science. Mas, dimensionando o processo, outros organismos – como humanos – podem ser os próximos. Entender todos os tipos celulares pode ajudar pesquisadores a melhor compreender o desenvolvimento humano em seu nível mais básico, como as células são diferenciadas e como essa diferenciação muda durante o tempo. Ainda mais importante, poderia também ajudar cientistas a entender por que este processo falha em alguns casos e como isso poderia ser evitado.

Cada célula tem um transcriptoma, ou sua própria lista do material genético conhecido como mRNA. O trabalho do MRNA é ler o DNA, criar uma cópia das instruções e levar essa cópia à fábrica de proteína. Se o DNA é um rolo de filme, então o transcriptoma é a soma de todos os negativos (o mRNA) das fotos que a célula de fato quer.

O novo método é chamado sci-RNA-seq. Os pesquisadores colocam as células em pequenos compartimentos retangulares, todos com marcadores especiais para anexar o RNA. Depois de algumas repetições do processo, cada célula produz um conjunto único de marcadores que os cientistas então usam para diferenciá-las.

Quando os pesquisadores estavam confiantes o suficiente para classificar células humanas e de ratos, eles iniciaram o processo no verme C. elegans, que possui células menores e menos mRNA que humanos. Depois de sequenciar por volta de mil células, foram determinados 27 tipos celulares que puderam ser classificados a níveis ainda mais específicos, baseados no que fazia o mRNA. Foram encontradas 40 categorias de células cerebrais, por exemplo.

O método hoje sequencia cerca de apenas 40 mil células simultaneamente. Entretanto, os pesquisadores esperando um dia poder sequenciar “mais de 10 milhões de células por experimento”, e talvez um dia fazer um enorme atlas de todas as células humanas.

Um pesquisador que não participou deste estudo, David M. Miller, da Universidade Vanderbilt, disse ao NY Times que o novo método pode acelerar processos e diminuir custos substancialmente. Entretanto, existem limitações e muito trabalho pela frente. Como explica a matéria do New York Times, os pesquisadores não puderam encontrar algumas células cerebrais já documentadas anteriormente. E, obviamente, com seus 37 milhões de células, os seres humanos são certamente um desafio maior que uma minhoquinha.

Imagem de topo: NIH NIAID/Flickr

[Science]

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