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Estudo aponta que posts políticos de direita têm maior alcance no Twitter

Em todos os sete países analisados, exceto na Alemanha, a empresa descobriu que os tuítes postados pela direita foram mais repercutidos do que os feitos pela esquerda.

Foto: Leon Neal (Getty Images)

É um bom dia para ser um partido politicamente conservador dominante ou um veículo de comunicação alinhado à direita no Twitter. A empresa divulgou o resultado de um estudo que analisa o conteúdo político na plataforma, que confirma o que alguns já suspeitavam: a direita se dá muito bem no Twitter.

O estudo do Twitter, liderado pela equipe de ética, transparência e responsabilidade do aprendizado de máquina da empresa, ou META, analisou milhões de tweets de funcionários de sete países — Canadá, França, Alemanha, Japão, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos. A análise considerou também centenas de milhões de tuítes contendo links para artigos de veículos de notícias.

Em todos os países, exceto na Alemanha, a empresa descobriu que os tuítes postados pela direita foram mais repercutidos do que os postados pela esquerda.

Quando se trata de veículos de notícias, ocorre a mesma coisa. (A empresa analisou os links para conteúdo de veículos de notícias, não tuítes dos próprios veículos de notícias. Os meios de comunicação com tendência à direita receberam mais repercussão do que os meios de comunicação de esquerda. O Twitter não classificou os meios de comunicação como esquerdistas ou direitistas de acordo com seus próprios critérios, mas usou uma classificação de pesquisadores terceirizados.

O estudo confirmou que certos conteúdos políticos fazem mais barulho no Twitter. No final, porém, uma das questões mais importantes permaneceu sem resposta: por quê?

Rumman Chowdhury, diretor da equipe META, disse ao Protocol na quinta-feira que a maior parte desse barulho tem origem nos próprios usuários, relacionada às ações das pessoas na plataforma.

“Quando algoritmos são lançados para o público, não podemos definir o que vai acontecer quando as pessoas interagem com eles. Não podemos modelar como indivíduos ou grupos de pessoas usarão o Twitter, o que acontecerá no mundo e como isso terá impacto para os usuários”, disse ela ao meio de comunicação.

Em uma postagem no blog do Twitter, Chowdhury e o pesquisador de aprendizado de máquina Luca Belli escreveram que a equipe META tinha como objetivo examinar esses problemas e mitigar qualquer desigualdade que eles possam estar causando. Eles acrescentaram que a amplificação feita pelo algoritmo não é “problemática por si só”.

“A amplificação do algoritmo é problemática se houver tratamento preferencial em função de como o algoritmo é construído em relação às interações que as pessoas têm com ele”, escreveram. “Uma análise adicional é necessária para determinar quais mudanças, se houver, são necessárias para reduzir os impactos adversos por nosso algoritmo de linha do tempo inicial”.

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