Um estudo da Universidade da Carolina do Norte, nos EUA, mostrou que muitos países ainda precisam melhorar o design das embalagens de cigarro. O motivo: nem todos têm rótulos de advertência sobre os riscos do tabaco à saúde, como já acontece aqui no Brasil.
A pesquisa traz evidências de que esses alertas aumentam o conhecimento e a conscientização sobre as doenças causadas pelo uso contínuo do cigarro – e podem dissuadir potenciais consumidores a fazer uso do tabaco.
A equipe de cientistas analisou 316 advertências de 26 países e territórios de língua inglesa. Os resultados mostraram que apenas 53 (17%) incluíam as três principais recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde) para embalagens de cigarro. São elas:
- Incluir a palavra “ADVERTÊNCIA” antes do alerta sobre os riscos do cigarro
- Assinalar recursos para parar de fumar (número de telefone ou site)
- Incluir imagem sem sugestão ao fumo (como um cigarro aceso, por exemplo)
Segundo a pesquisa, avisos maiores com imagens são mais prováveis de serem notados e mais eficazes na comunicação dos riscos do tabagismo à saúde que as advertências que só aparecem em texto.
“Uma pessoa que fuma um maço por dia verá as advertências mais de 7 mil vezes por ano, provando um estímulo incrivelmente potente para ajudá-la a parar de fumar”, disseram os pesquisadores.
O que diz a OMS
A OMS recomenda a remoção de toda e qualquer publicidade nos pacotes de tabaco, desde características de design até imagens que remetem ao seu uso. Isso porque embalagens simples aumentam a atenção visual às advertências e reduzem o apelo ao consumo através da embalagem.
As indicações estão na CQCT (Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco), o primeiro tratado internacional de saúde pública da OMS. A convenção foi adotada na Assembleia Mundial da Saúde de 2003, e entrou em vigor em 27 de fevereiro de 2005.
Desde então, é o tratado com mais adesões na história da ONU (Organização das Nações Unidas, com 182 países – incluindo o Brasil.
Em 2013, oito anos depois das mudanças nas embalagens de cigarro, o número de fumantes brasileiros do sexo masculino caiu para 18,9%. Em 1989, o índice era de 43,3%. Já entre as mulheres, o índice saiu de 27% para 11%, no mesmo período.
Os EUA estão entre os poucos países que assinaram, mas ainda não ratificaram a convenção anti-tabagismo da OMS — junto com Argentina, Cuba, Haiti, Suíça e Marrocos. Isso significa que os países ainda não criaram nenhuma lei que cumpra o combinado da ONU.