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Eu transmiti fotos e músicas através do meu corpo, e isso é incrível

Há algum tempo, a Ericsson desenvolve uma tecnologia que transmite dados através do seu corpo. A empresa demonstrou o “Connected Me” na feira CES, em janeiro, mas trouxe a tecnologia pela primeira vez ao Brasil. Eu testei… e é mágico. No estande da Ericsson na Futurecom, há duas bases brancas com uma cobertura metálica sobre […]

Há algum tempo, a Ericsson desenvolve uma tecnologia que transmite dados através do seu corpo. A empresa demonstrou o “Connected Me” na feira CES, em janeiro, mas trouxe a tecnologia pela primeira vez ao Brasil. Eu testei… e é mágico.

No estande da Ericsson na Futurecom, há duas bases brancas com uma cobertura metálica sobre elas. Uma das bases está ligada a um smartphone tocando música. A outra base está ligada à TV. Não há nada entre as bases, no entanto.

É aí que você entra. Coloque as mãos nas duas bases, e o áudio do smartphone começa a tocar na TV. MAS COMO?

A Ericsson explica que, como o corpo tem propriedades elétricas, é possível passar dados através de uma pessoa. Para isso, você precisa de um transmissor e um receptor específicos. Colocando as mãos neles, cria-se o que se chama de acoplamento capacitivo. A explicação mais técnica:

A informação é transmitida modulando os campos elétricos no transmissor, ao variar a tensão (potencial elétrico) no eletrodo transmissor, e detectando a variação da tensão no eletrodo receptor.

Ou seja, magia. Apesar de envolver eletricidade, não dá para sentir nada fluindo pelo corpo, e claro que ninguém leva choque. A Ericsson consegue atingir velocidades de 6 a 10 Mbps no Connected Me.

A empresa deixa claro que esta não é uma ideia nova: pesquisas em HBC (comunicação através do corpo humano) começaram em 1995, em uma tese de mestrado de T.G. Zimmerman. Na época, ele só conseguia chegar a velocidades de 2,4Kbps. Outras entidades (DoCoMo, IEEE) também exploram essa tecnologia.

Com o “Connected Me”, também é possível transmitir fotos, usando um smartphone (da Sony Ericsson, claro) com um transmissor acoplado na parte traseira. Você coloca o celular em cima do receptor, e a foto surge aos poucos na TV. Também é possível segurar o celular e tocar na base para transmitir a foto, mas isso não funcionou nos testes.

A Ericsson explica que o “Connected Me” foi desenvolvido no Android, e requer apps específicos para enviar e receber informações: por exemplo, os pesquisadores fizeram outro app de câmera para transmitir a foto através do corpo.

Na verdade, uma das bases roda Android – ou quase isso. Dentro do transmissor, há uma placa de circuito que liga o smartphone ao eletrodo. Dentro do receptor, no entanto, há outro smartphone. O que ele está fazendo aí? É que você não passa a música/foto direto para a TV: ela é recebida por um smartphone, que então exibe tudo na tela maior.

Espere, mas se são apenas dois smartphones, por que não passar a foto via NFC, por exemplo? Porque essa claramente não é a versão final do Connected Me. Ele é um conceito, uma ideia para o futuro que podemos testar hoje mesmo.

E como a Ericsson vê essa tecnologia no futuro? O representante me deu um exemplo: a porta da sua casa poderá ser aberta usando o smartphone, usando uma trava eletrônica. Usando o Connected Me, em vez de sacar o aparelho do bolso, destravar a tela e abrir algum app, você apenas toca a maçaneta. Assim, o celular abre a porta. A empresa também vê aplicações em áreas como entretenimento, saúde e segurança.

Com certeza estamos caminhando para um futuro sem fios, mas nem sempre isso é conveniente. Quando esse for o caso, prefiro eu mesmo transmitir os dados de um lado a outro – eu serei o fio.

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