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Autoridades dos EUA afirmam que russos hackearam as Olimpíadas de Inverno

Autoridades dos Estados Unidos, falando sob anonimato, acusam militares russos de participar de um ciberataque aos Jogos Olímpicos de Inverno de 2018 em Pyeongchang, Coreia do Sul, e de tentar colocar a culpa na Coreia do Norte, conforme a reportagem do Washington Post. • Por que os Jogos Olímpicos de Inverno têm menos doping do […]

Autoridades dos Estados Unidos, falando sob anonimato, acusam militares russos de participar de um ciberataque aos Jogos Olímpicos de Inverno de 2018 em Pyeongchang, Coreia do Sul, e de tentar colocar a culpa na Coreia do Norte, conforme a reportagem do Washington Post.

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A Rússia já era objeto de rumores generalizados de que estava por trás de um ataque cibernético nos Jogos de Inverno. A iniciativa seria uma retaliação ao impedimento aos Jogos após o escândalo de doping supostamente financiado pelo governo – 169 atletas do país puderam competir sob uma bandeira neutra. Agora, a suspeita dos EUA se tornou pública.

Segundo o Washington Post:

Militares russos hackearam centenas de computadores utilizados pelas autoridades dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2018 na Coreia do Sul, de acordo com a inteligência dos EUA.

A invasão foi feita de maneira a parecer que foi conduzida pela Coreia do Norte, uma operação conhecida como “falsa-bandeira”, dizem duas autoridades americanas que falaram sob condição de anonimato por revelarem assunto sensível.

De acordo com o Post, as autoridades descreveram relatórios que indicam que a agência de inteligência militar russa, a GRU, “teve acesso a praticamente 300 computadores relacionados com as Olimpíadas” no começo de fevereiro, além de terem infectado roteadores sul-coreanos com malwares.

O Post também nota que acredita-se amplamente que a GRU esteve por trás de um vazamento nos registros médicos das Olimpíadas de 2016, uma forma de “vingança depois que praticamente todos os membros da equipe de atletismo foram banidos” dos jogos deste ano.

O ataque resultou em algumas interrupções aos Jogos, incluindo perda de acesso à internet e interrupções aos sistemas de transmissão e serviços de ingressos. Isso, no entanto, gerou transtornos temporários.

A Rússia já tinha negado envolvimento com as ações. Em um comunicado enviado a Reuters, o Ministro das Relações Exteriores da Rússia escreveu: “Sabemos que a mídia Ocidental está planejando pseudo-investigações sobre ‘rastros russos’ em ataques hackers nos recursos de informações relacionados a sede dos Jogos Olímpicos de Inverno na República da Coreia. É claro que nenhuma evidência será apresentada ao mundo”.

Não está claro por que a Rússia tentaria colocar a culpa nos norte-coreanos, a não ser usá-los como um bode expiatório conveniente. O presidente Donald Trump acusou o governo russo de fazer um jogo de cena em sua abordagem à aplicação de sanções ao governo de Kim Jong Un e, em dezembro, a CNN informou que a Rússia está tentando exercer um pouco mais de influência por lá, após 25 anos praticamente ignorando a Coreia do Norte.

O Comitê Olímpico Internacional deve decidir em breve se permitirá que os atletas russos compitam em futuros jogos sob a bandeira do país, mas, como observou a Vox, há uma pequena chance de que esse incidente pegue muito mal para eles.

Diversos atletas russos foram pegos no doping apesar da proibição de sua bandeira, e o COI votou de forma unânime neste domingo (25) a favor de manter de fora as cores ou bandeiras oficiais russas durante as cerimônias de encerramento. No entanto, o COI também notou que o futuro do país nas Olimpíadas dependerá das provas de que o governo russo teve algum papel no doping do atletas em Pyeongchang.

[Washington Post]

Imagem do topo: AP

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