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EUA acusam Xiaomi de ser uma “empresa militar comunista” e proíbem investimentos

Decisão do Departamento de Defesa proíbe o investimento de empresas e pessoas dos EUA na companhia chinesa.

O Mi 11, mais novo smartphone de topo de linha da Xiaomi. Imagem: Xiaomi

Depois de aplicar medidas contra Huawei, DJI, TikTok, Alipay e WeChat Pay, o mais novo alvo do governo dos EUA é a Xiaomi. O Departamento de Defesa do país agora considera a companhia uma “empresa militar comunista chinesa”. A classificação forçará investidores americanos a venderem suas participações na empresa.

Como explica a Reuters, uma lei de 1999 obriga o Departamento de Defesa dos EUA a listar empresas que são de propriedade ou estão sob o controle das forças armadas da China. Apesar de ter mais de 20 anos, a compilação só começou a ser executada pelo Pentágono este ano.

A Xiaomi não foi a única a entrar na lista: outras oito companhias também foram incluídas — agora são, ao todo, 35. O Verge nota que a Xiaomi destoa do resto por se tratar de uma empresa de eletrônicos de consumo; as demais são de setores como indústria química, aviação, construção naval, aeroespacial e telecomunicações, entre outros setores mais estratégicos. O petrolífera CNOOC, a fabricante de semicondutores SMIC e a fabricante de aviões COMAC estão na lista.

Em novembro de 2020, o presidente dos EUA, Donald Trump, assinou uma ordem executiva que proíbe o investimento de americanos em empresas que estão nessa lista. Isso pode obrigar que empresas e investidores dos EUA tenham que vender suas participações na companhia. No fim da tarde dessa sexta-feira (15), as ações da Xiaomi na bolsa de Hong Kong marcavam uma queda de mais de 10% em relação ao dia anterior.

Ao Verge, a Xiaomi declara que opera em acordo com as leis e regulações dos países onde está presente e que não é de propriedade ou controle das forças militares chinesas nem tem afiliações com ela. A empresa também diz estar avaliando quais serão as consequências da medida.

A Reuters comenta que a medida consolida a abordagem “dura” de Trump com a China — o presidente tem só mais cinco dias no cargo, já que Joe Biden assume a Casa Branca no dia 20 de janeiro. Grande parte do mandato do Republicano foi marcada pela guerra comercial com o país asiático.

A Huawei foi provavelmente a companhia mais atingida por essa política: sob acusações de espionagem para o governo chinês, ela perdeu acesso a serviços do Google e chips fabricados com tecnologias desenvolvidas nos EUA, o que atrapalhou bastante sua expansão fora da sua terra natal. A Xiaomi também vinha conquistando mercado e pode ser impactada pela decisão.

Ela, porém, não foi a única: o TikTok também ficou por meses no meio de uma grande confusão, mas sua proibição acabou emperrada na Justiça dos EUA. Mais recentemente, o governo Trump decidiu agir contra serviços de pagamentos com sede na China, como a Alipay e o WeChat Pay. A ver qual será a postura de Biden assim que ele assumir o comando dos EUA.

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