EUA concedem a primeira autorização para voo comercial de drones autônomos

A American Robotics será a primeira empresa a operar drones inteligentes sem a necessidade de pilotos ou observadores locais.
A American Robotics recebeu autorização de reguladores da aviação dos EUA para que seu drone Scout, na foto acima, opere sem um piloto humano ou observador no local. Crédito: American Robotics

A Administração Federal de Aviação (FAA) dos Estados Unidos deu o sinal verde à American Robotics esta semana para se tornar a primeira empresa a operar drones inteligentes sem a necessidade de pilotos ou observadores locais, anunciou a companhia na sexta-feira (16).

A American Robotics, uma desenvolvedora de drones industriais com sede em Massachusetts, ainda precisará de um piloto humano supervisionando remotamente cada decolagem de voo, então o processo não é tecnicamente 100% autônomo, como observa o The Verge. Ainda assim, a decisão deixa os EUA um passo mais perto de ver voos comerciais de drones totalmente automatizados.

E uma vez que as empresas sejam capazes de escalar significativamente as operações de drones automatizados, isso poderia “dar eficiência a muitos setores que alimentam nossa economia, como agricultura, mineração, transporte” e outros setores de manufatura, disse a FAA em seus documentos de aprovação, segundo o Wall Street Journal. Em uma declaração ao jornal na sexta-feira (15), a FAA acrescentou que conduz “avaliações de segurança completas antes de emitir qualquer aprovação de operação de aeronave não tripulada”.

Uma vez no ar, o drone Scout da American Robotics opera sozinho. A aeronave navega autonomamente em sua trajetória de voo predeterminada com a ajuda de um sistema de detecção acústica para alertá-la sobre obstáculos, como pássaros ou outros drones, a fim de evitar acidentes no ar. Ela também está programada para pousar rapidamente se seus sistemas detectarem problemas de funcionamento e pode se recarregar automaticamente nas estações de carregamento e alojamento à prova de intempéries da empresa.

Esses drones Scout são voltados principalmente para fazendeiros, profissionais de segurança e donos de propriedades no mercado de inspeções aéreas e análises em tempo real para complementar suas rotinas atuais de manutenção.

“Com essas aprovações, a American Robotics está inaugurando uma nova era de operações generalizadas de drones automatizados”, disse o CEO e cofundador da American Robotics, Reese Mozer, na sexta-feira. “Com este conjunto de aprovações, a American Robotics pode começar a operar com segurança nossa plataforma Scout automatizada para beneficiar os mercados verticais de energia, infraestrutura, agricultura e segurança, ajudando a impulsionar o mercado de drones comerciais que tem valor projetado de US$ 100 bilhões”.

Certas restrições de operação ainda se aplicam. De acordo com a autorização da FAA, a American Robotics só pode voar seus drones inteligentes em certas áreas rurais no Kansas, Massachusetts e Nevada, além de não poder exceder altitudes de 120 metros, de acordo com o Wall Street Journal.

A FAA concedeu autorizações BVLOS (sigla de “beyond visual line of sight” – são permissões para drones operarem comercialmente além da linha de visada visual) anteriormente para algumas empresas selecionadas, incluindo a American Robotics. Com isso, os drones autônomos podem ser usados para inspecionar trilhos ferroviários, oleodutos e outras instalações industriais, desde que um piloto humano ou observador permaneça nas proximidades. Mas a autorização da última semana representa um marco legal importante, que vai abrir caminho para os desenvolvedores da indústria de drones expandirem as operações para aeronaves sem pilotos.

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