As luas de Marte podem ter se formado depois de impacto de asteroide gigante

Fobos e Deimos são bem insatisfatórias como luas, mas têm uma origem bem interessantes

As duas luas de Marte, Fobos e Deimos, não são tão boas. Elas são bastante pequenas e abundantemente não dignas de nota. Aliás, a maior lua de Marte, Fobos, está lentamente se desintegrando devido ao estresse, que talvez seja sua única qualidade com que você pode se identificar. Então, como é que Marte — um planeta bonito e redondo desses – deu origem a esses lixos de lua? A resposta pode estar em sua juventude turbulenta, quando foi possivelmente atacada por um grande asteroide.

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Um novo estudo conduzido por pesquisadores da Universidade do Colorado em Boulder oferece mais evidências para a “hipótese de impacto único” em torno dos mistérios geográficos de Marte. A ideia é que a topografia incomum de Marte — como, por exemplo, seus hemisférios norte e sul bastante diferentes — poderia ser explicada por um asteroide gigante que atingiu Marte há cerca de 4,43 bilhões de anos.

Usando modelos de computador para simular colisões de asteroides, os pesquisadores postulam que o asteroide agressor tinha aproximadamente o mesmo tamanho que o planeta anão Ceres, que é o maior objeto no cinturão de asteroides. Em seu novo estudo, que foi publicado online na Geophysical Research Letters, a equipe argumenta que essa explosão também foi responsável pela criação de um anel de detritos que eventualmente se agruparam para formar Fobos e Deimos. Agora, esses pedaços estão condenados a orbitar o Planeta Vermelho até que um ou ambos implodam.

“As luas de Marte são interessantes porque elas têm uma órbita quase equatorial”, disse o coautor Stephen Mojzsis, professor do Departamento de Ciências Geológicas da Universidade do Colorado em Boulder, ao Gizmodo. “Isso seria consistente com sua origem — não da captura —, mas pela coalescência de um anel de detritos que já circulou Marte em seus primeiros dias, mais de 4,4 bilhões de anos atrás.”

Os pesquisadores também examinaram meteoritos marcianos para entender mais sobre as estranhezas geográficas do planeta. Obviamente, eles encontraram ainda mais perguntas. Os meteoritos estavam cheios de metais raros geralmente encontrados nos núcleos de planetas rochosos, incluindo platina, ósmio e irídio, reforçando a ideia dos pesquisadores de que um asteroide grande poderia ter causado sua presença.

A hipótese de impacto único não é nova — na verdade, ela tem pelo menos 30 anos de idade. Claro, o nome é um pouco enganador, já que Marte foi bombardeado por asteroides várias vezes ao longo de bilhões de anos. Ainda assim, seria bom culpar algo para explicar o que um planeta majestoso como Marte fez para merecer luas tão insatisfatórias.

[Geophysical Research Letters]

Imagem do topo: NASA

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