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Executivo do Netflix explica os problemas e promete soluções rápidas

Todos ficaram empolgados com a chegada do Netflix ao Brasil. Barato, milhares de filmes instantâneos, parecia bom demais pra nossa realidade aqui, não acostumada com essas mordomias. E era. A locadora virtual estreou com diversos buracos na programação, filmes com áudio apenas dublado ou sem legendas, baixa resolução… E para completar, coisas simples, como a […]

Todos ficaram empolgados com a chegada do Netflix ao Brasil. Barato, milhares de filmes instantâneos, parecia bom demais pra nossa realidade aqui, não acostumada com essas mordomias. E era. A locadora virtual estreou com diversos buracos na programação, filmes com áudio apenas dublado ou sem legendas, baixa resolução… E para completar, coisas simples, como a lista de filmes a assistir, só era possível com uma gambiarra, ensinada pela própria empresa. Será que vai melhorar? Conversamos com o o vice-presidente global de comunicação e marketing do Netflix, Jonathan Friedland, que deu alguma luz sobre a situação e, claro, prometeu algumas mudanças importantes para breve.

Sobre a primeira e óbvia questão, da falta de conteúdo, especialmente séries e coisas mais novas, Friedland disse que da estreia em 5 de setembro até agora, o catálogo aumentou em 50% – e deve dobrar até o fim do ano. “Estamos fazendo um bocado de pesquisa. Como e onde as pessoas estão usando, o que gostam e o que não gostam”, afirma o americano. Então, se o povo quer uma série sci-fi cult e faz barulho no Twitter mas na verdade todo mundo está assistindo Drop Dead Diva, não espere que a “pressão popular” de setores do Twitter faça muito efeito. Em vários momentos da entrevista, Friedland deixou claro que muitas vezes a minoria mais vocal, a que xinga muito na página da empresa no Facebook, não representa necessariamente a vontade da maioria.

Ou ao menos é assim que avalia a empresa. Quando trouxe a questão da ausência de áudio original em muitos filmes, o executivo pareceu meio surpreso com o “problema”. Ele acha que fazer questão de conteúdo legendado é coisa de early-adopter, ou a camada de população mais familiarizada com novidades tecnológicas. A recente tendências dos canais de TV a cabo de trazer cada vez mais séries e filmes dublados parece corroborar essa hipótese – nós que gostamos de filmes legendados estamos virando minoria. De todo modo, Friedland prometeu que até o fim de janeiro toda programação exceto infantil terá áudio original. A demora para isso acontecer se deve também aos estúdios: hoje eles já dão a maioria dos títulos dublados por padrão. Às vezes eles chegam sem legendas. Eu sugeriria um acordo com o Legendas.TV. Todo mundo ganha.

E em relação à fila de coisas a ver, a função é diferente em diferentes mercados. Segundo Friedland, eles ainda estão testando o que é melhor para o público, que às vezes “acha que sabe o que quer, mas na hora de usar, prefere outro modo.” Então hoje você pode ver o Netflix de uma maneira diferente que eu – eles estão fazendo vários testes com “grupos focais amplos”, à la Google, pra ver o que funciona melhor.

Quanto a plataformas para ver os filmes, os americanos ficaram impressionados com a popularidade do PS3 como “máquina de Netflix” aqui. E prometeu que haverá bem mais aparelhos capazes de tocar a locador no curto prazo. Até dezembro, o Netflix chegará ao Xbox, bem como o app para iOS – na verdade o app adaptado já foi entregue ao iTunes, está apenas aguardando liberação da Apple.

O executivo enfatizou várias vezes que a empresa é “dinâmica”, e que pode mudar as coisas rapidamente, dependendo do que o público gosta. Então, amiguinhos, continuem reclamando que eles estão ouvindo.

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