Executivo do Facebook veste camisa da empresa e rebate críticas de cofundador do WhatsApp

Esta semana tem sido bem legal para quem gosta de uma treta envolvendo os ultrarricos de empresas de tecnologia, com dois executivos trocando farpas sobre a forma de gestão do Facebook. Mais especificamente, David Marcus (foto acima), líder da divisão de pesquisa de blockchain da rede social, e Brian Acton, um dos cofundadores do WhatsApp. […]

Esta semana tem sido bem legal para quem gosta de uma treta envolvendo os ultrarricos de empresas de tecnologia, com dois executivos trocando farpas sobre a forma de gestão do Facebook. Mais especificamente, David Marcus (foto acima), líder da divisão de pesquisa de blockchain da rede social, e Brian Acton, um dos cofundadores do WhatsApp.

• Cofundador do WhatsApp revela por que deixou o Facebook, abrindo mão de milhões de dólares

A rixa esquentou na manhã desta quarta-feira (26), quando a Forbes publicou uma entrevista com Acton — que a gente repercutiu aqui no Gizmodo. O cofundador do WhatsApp deixou o Facebook um ano atrás — três anos e meio depois de vender o WhatsApp para o Facebook por US$ 22 bilhões. Meses depois de sua saída, ele ajudou a liderar a hashtag #DeleteFacebook e deu US$ 50 milhões para a Signal Foundation, que criou um app concorrente de mensagens, o Signal, além de um protocolo de criptografia usado pelo WhatsApp. Na entrevista para a Forbes, Acton explicou por que ele estava tão ansioso para deixar o Facebook a ponto de também abrir mão de US$ 850 milhões em ações não investidas.

Acton disse que a principal razão pela qual ele deixou a empresa foi porque discordava do desejo dos executivos do Facebook de focar em ferramentas analíticas corporativas e em anúncios direcionados. E ele contou à Forbes que Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, priorizava monetização em detrimento da criptografia. “Vendi a privacidade dos meus usuários por um benefício maior”, Acton falou à Forbes. “Tomei uma decisão e fiz um concessão. E vivo com isso todos os das.”

O artigo veio dois dias depois de os fundadores do Instagram, Kevin Systrom e o brasileiro Mike Krieger, deixarem o Facebook — uma decisão que supostamente viria de seus conflitos com Zuckerberg. Embora os executivos do Instagram tenham sido mais congênitos em suas declarações de despedida (explicando que queriam “explorar nossa curiosidade e criatividade novamente”) do que Acton, a atenção para os problemas do Facebook com os agora ex-executivos em ambas as empresas adquiridas trouxe uma enxurrada de atenção negativa para a liderança de Zuckerberg.

Bom, agora o Facebook e Zuckerberg tem em David Marcus, líder dos esforços de blockchain do Facebook, um defensor. Marcus assumiu a posição depois de uma passagem como chefe do Facebook Messenger. No post público de Facebook intitulado “O outro lado da história“, Marcus disse que se sentiu impelido a escrever por causa da lembrança de eventos “que diferem muito da realidade que testemunhei em primeira mão”.

O Facebook não respondeu a um pedido do Gizmodo para comentar as declarações de Marcus ou de Acton. Marcus escreveu que o Facebook não pediu a ele para escrever o post e que a publicação continha suas “opiniões pessoais exclusivamente”.

Marcus escreveu que Zuckerberg realizou o desejo dos fundadores do WhatsApp por um layout de escritório único mais espaçoso, apesar de “irritar as pessoas no Facebook”. Em relação à discordância sobre criptografia, Marcus escreveu que Zuckerberg defendeu uma criptografia forte após o cofundador do WhatsApp Jan Koum Zuckerberg convencê-lo da importância disso. E Marcus respondeu aos comentários de Acton sobre a abordagem do Facebook ao modelo de negócios do WhatsApp, escrevendo que Zuckerberg “protegeu o WhatsApp por um período muito longo” e sugeriu que Acton era “passivo-agressivo” em sua abordagem e o acusou de “ativamente retardar a execução e nunca entrar de verdade nela”.

E aí Marcus foi mais fundo:

Por fim — me chame de antiquado. Mas acho que atacar as pessoas e a empresa que te fizeram um bilionário e que fez o máximo, sem precedentes, para te proteger e acomodá-lo por anos demonstra pouca classe. É, na verdade, um novo padrão de baixa classe.

Ele concluiu dizendo que o Facebook melhora bilhões de vidas. “Porque conectar pessoas é uma missão nobre, e o mal é superado de longe pelo bem”, escreveu.

Apesar do descontentamento e da diferença de opiniões, há duas vidas que se beneficiaram muito do Facebook — as de Marcus e Acton.

[Facebook, Forbes]

Imagem do topo: Getty

fique por dentro
das novidades giz Inscreva-se agora para receber em primeira mão todas as notícias sobre tecnologia, ciência e cultura, reviews e comparativos exclusivos de produtos, além de descontos imperdíveis em ofertas exclusivas