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Fabricantes chinesas querem desafiar monopólio do Google com loja de apps própria

As fabricantes chinesas de smartphone estão planejando criar uma plataforma conjunta para desenvolvedores de fora da China enviarem seus aplicativos para Android. O objetivo é depender menos da Play Store e do Google.

Imagem: Sam Rutherford/Gizmodo

As fabricantes chinesas de smartphone estão planejando criar uma plataforma conjunta para desenvolvedores de fora da China enviarem seus aplicativos para Android. O plano inclui a Huawei, Xiaomi, Oppo e Vivo, conforme uma reportagem da Reuters.

Praticamente todas as fabricantes de smartphones com exceção da Apple utiliza o Android e, consequentemente, estão amarradas à loja de aplicativos do Google.

Embora esse seja um ecossistema forte e que hoje não fica devendo em praticamente nada em relação à App Store do iOS, alguns negócios ficam em risco. Foi o que aconteceu com a Huawei, colocada na Lista de Entidades dos EUA, que acabou impedida de continuar utilizando os serviços do Google em seus novos smartphones – nem a Google Play, nem o Google Maps, YouTube, Gmail e todos os outros aplicativos da gigante das buscas.

Essa organização criada pelas empresas se chamaria Global Developer Service Alliance, ou Aliança Global de Serviços para Desenvolvedores (GDSA, na sigla em inglês). A ideia é facilitar o envio de aplicativos, jogos, músicas e filmes e ampliar o mercado que desenvolvedores ao redor do mundo podem atingir.

A ideia é lançar essa plataforma em março deste ano. Um site protótipo diz que o produto irá cobrir nove “países e regiões”, incluindo Índia, Indonésia, Rússia e Malásia. A documentação do projeto menciona ainda Espanha, Tailândia, Filipinas e Vietnã.

Não há uma menção específica para o Brasil, embora a Huawei já tenha anunciado investimentos na sua própria loja de aplicativos que funciona por aqui. Em uma página de suporte do site da GDSA, a Huawei não é mencionada, muito menos o Brasil. As outras fabricantes que fazem parte da aliança não atuam oficialmente no Brasil, tirando a Xiaomi cujos produto são vendidos no Brasil por meio da distribuidora DL Eletrônicos.

A Reuters entrevistou Nicole Peng, vice-presidente de mobilidade da consultoria Canalys, que disse que a aliança deve garantir mais poder de negociação dessas empresas com o Google. Juntas, essas empresas representam 40,1% da fatia do mercado de celulares ao redor do mundo, de acordo com dados da consultoria IDC do último trimestre de 2019.

Além de ter uma loja alternativa à Play Store que seja mais forte e tenha mais aplicativos, a iniciativa pode gerar renda para as companhias. O Google ganhou cerca de US$ 8,8 bilhões ao redor do mundo com sua loja de apps, segundo Katie Williams, uma analista da Sensor Tower ouvida pela agência de notícias. A gigante das buscas fica com 30% de cada transação financeira que acontece na Play Store (o que inclui compras dentro de apps, na maioria dos casos).

O sucesso da plataforma, no entanto, vai depender de como essa aliança vai atrair os desenvolvedores. O mercado em potencial já é um atrativo.

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