Facebook intensifica combate a grupos que propagam falsas notícias sobre vacinação

A rede social quer entender as principais dúvidas dos usuário quanto às vacinas e combater a disseminação de notícias falsas na plataforma.
Redes sociais Facebook. Imagem: Brett Jordan (Unsplash)
Imagem: Brett Jordan/Unsplash

O Facebook está conduzindo um vasto estudo sobre a divulgação de conteúdos relacionados a vacinas publicados na rede social. Segundo o jornal Washington Post, o objetivo da empresa é sondar as principais dúvidas dos usuários e ensinar softwares de inteligência artificial a identificar como milhões de pessoas lidam com essas informações. Além disso, o Facebook quer entender como notícias falsas têm se espalhado e podem contribuir para a queda nas taxas de vacinação.

Um informante disse ao jornal que “a pesquisa é uma tentativa em grande escala de compreender a disseminação de ideias que contribuem para a hesitação da vacina, ou o ato de atrasar ou recusar a vacinação apesar de sua disponibilidade, nas redes sociais”. Para tal, a empresa uniu seus cientistas de dados com especialistas em saúde pública para combater a hesitação vacinal nos Estados Unidos, país onde o relatório está sendo conduzido.

Desde dezembro, o Facebook vem banindo postagens falsas e enganosas sobre as vacinas contra covid-19, mas essa ação não tem sido aplicada de maneira ampla em toda a plataforma. Nos comentários, por exemplo, ainda é possível encontrar usuários com dúvidas ou acusações danosas sobre efeitos colaterais desses imunizantes. É aí que os algoritmos da rede social pretendem agir ao coletar dados que ajudem a tornar o debate sobre as vacinas mais saudável.

Os resultados preliminares do estudo apontam que há um número pequeno de grupos disseminadores de conteúdos perigosos, mas que eles acabam criando um efeito dominó no Facebook: um único comentário é suficiente para ecoar em várias outras páginas. Ao todo, cerca de três milhões de usuários estariam espalhados por essas comunidades. O Facebook também dividiu os usuários, grupos e páginas do site em 638 segmentos, para então explorar quais deles mostram mais resistência às vacinas.

Embora não tenha especificado quais os critérios usados para fazer essa divisão, a fonte disse ao Washington Post que, desses 638 segmentos, somente 10 eram responsáveis pela metade de todo o conteúdo crítico às vacinas. Diminuindo ainda mais o escopo, dentro do segmento da população com maior hesitação, apenas 111 usuários contribuíram com 50% das postagens.

Além disso, o Facebook descobriu uma correlação entre as comunidades que pregam desinformação sobre vacinas com os grupos de teorias da conspiração QAnon. Segundo o jornal, desde que Donald Trump deixou a presidência, grupos QAnon concentraram seus esforços a atacar as vacinas contra o novo coronavírus.

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Segundo um estudo da PBS NewsHour em conjunto com a Marist e NPR, a vacinação está em ritmo acelerado nos EUA, mas quase 30% dos americanos — e metade de todos os homens que se denominam republicanos — dizem que não pretendem se vacinar. No final de janeiro, um outro relatório da Associated Press com a NORC verificou que os principais motivos de preocupação dos americanos com as vacinas eram o medo dos efeitos colaterais, a falta de confiança e o desejo de esperar para receber as doses meses após serem disponibilizadas.

[The Washigton Post]

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