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O que o Facebook pode nos contar sobre as migrações em massa?

O formato básico do crescimento urbano é fácil de detectar: nós olhamos para as cidades que crescem rápido, por exemplo, ou para os dados sobre imigração. Mas ontem, a Equipe de Data Science (ciência da informação ou ciência de Big Data) do Facebook revelou um padrão menos óbvio: migração coordenada em massa, na qual um […]

O formato básico do crescimento urbano é fácil de detectar: nós olhamos para as cidades que crescem rápido, por exemplo, ou para os dados sobre imigração. Mas ontem, a Equipe de Data Science (ciência da informação ou ciência de Big Data) do Facebook revelou um padrão menos óbvio: migração coordenada em massa, na qual um grupo de uma mesma cidade se muda para outra. Quem são os vencedores e quem são os perdedores desse jogo urbano?

Primeiramente, um pouco sobre a metodologia usada. A equipe utilizou as informações mais básicas do perfil dos usuários: cidade natal e cidade atual e criaram um mapa de grupos de migrantes do mundo inteiro. Abaixo, os pontos vermelhos representam as cidades de destino, enquanto os pontos azuis representam as cidades de origem.

Algumas das migrações vêm de áreas rurais dentro de um só país, mas grande parte das mudanças são internacionais. Por exemplo, Kampala é uma parte importante do mapa – a cidade está recebendo muitos imigrantes da República Democrática do Congo, um lugar assolado por conflitos. Ao mesmo tempo, a Turquia é provavelmente a maior concentração de pontos vermelhos, atraindo pessoas de todo o leste europeu por conta de seu boom econômico.

A equipe de Data Science também fez o ranking das cidades que receberam as maiores migrações coordenadas:

Lagos, Nigéria (migrações internas na Nigéria)
Istambul, Turquia (migrações na própria Turquia, Macedônia e Bulgária).
Bogotá, Colômbia (migrações internas na Colômbia)
Bancóc, Tailândia (migrações internas na Tailândia)
Accra, Gana (migrações internas em Gana)
Hydebarad, Índia (migrações internas na Índia)
Kampala, Uganda (migrações internas em Uganda e vindas do Congo)
Lima, Peru (migrações internas no Peru)
Chennai, Índia (migrações internas na Índia)
Londes, Inglaterra (migrações internas na Inglaterra)

Note que os EUA não estão entre os dez. O que está acontecendo?

O interessante no caso americano é que as grandes cidades costeiras não ranqueiam porque todo mundo se muda pra Nova York, vindos de todos os lugares. Mas um grupo de pessoas se mudando de um lugar para outro juntas, isso é ainda mais raro. O destino mais comum das migrações de massa é Miami, com imigrantes que vêm de Cuba. Ao mesmo tempo, cidades que são polos econômicos como Houston e Chicago são o destino final de boa parte das pessoas que saem do México.

Outro detalhe: os cientistas de dados do Facebook descrevem o México como uma fonte de “migração em cadeia”, onde a maior parte das pessoas se mudando para uma cidade estão saindo do mesmo local de origem: um membro da família vai, depois o resto dos familiares, alguns amigos e assim por diante.

Tenha em mente que esses dados não estão localizados dentro de um período de tempo específico, já que o Facebook tem usuários de várias faixas etárias, o que significa que a cidade de origem e a cidade de destino poderiam estar separadas por décadas. Assim, a grosso modo, esses mapas incluem dados dos últimos 60 ou 70 anos – embora provavelmente haja uma distorção em favor dos mais jovens, já que estes ainda são os usuários principais do Facebook.

Embora “fluxos mundiais de seres humanos sejam altamente complexos e notoriamente difíceis de medir,” diz Aude Hofleitner, do Facebook, “as migrações de larga escala são uma parte importante da história da humanidade. Essas migrações nos mostram tanto os booms como os declínios, além das guerras, crises ambientais e instabilidades políticas. Mas em vez de contar essas histórias em posts ou reportagens, o material recolhido pelo Facebook mostra causa e efeito na escala dos milhões de pessoas, que passam de uma metrópole para outra como uma tribo nômade. [Facebook / Quartz]

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