_Facebook

Facebook não gostou nem um pouco do filme <i>O dilema das redes</i>

O filme O dilema das redes, que estreou no mês passado na Netflix, vem dando o que falar. Ele aborda os malefícios causados pelas redes sociais, indo desde o design viciante delas até seu papel na radicalização política, na disseminação de teorias da conspiração e na manipulação de eleições. Mas adivinha quem não gostou nem […]

Facebook desmonta perfis chineses. Crédito: Unsplash

Foto: Kon Karampelas/Unsplash

O filme O dilema das redes, que estreou no mês passado na Netflix, vem dando o que falar. Ele aborda os malefícios causados pelas redes sociais, indo desde o design viciante delas até seu papel na radicalização política, na disseminação de teorias da conspiração e na manipulação de eleições. Mas adivinha quem não gostou nem um pouco dele? Isso mesmo: o Facebook.

A rede social de Mark Zuckerberg respondeu às críticas trazidas pelo filme com um textão publicado em PDF. Intitulado “Em que O dilema das redes se engana”, ele é dividido em sete tópicos: vício; o usuário não é o produto; algoritmos; dados; polarização; e desinformação.

“Nós precisamos conversar sobre o impacto das redes sociais nas nossas vidas”, diz a abertura do post do Facebook, que acusa O dilema das redes de enterrar a essência deste debate no sensacionalismo e de usar as mídias sociais como bode expiatório para problemas sociais mais complexos e difíceis.

O texto também critica o fato de o filme só falar com pessoas que já saíram das empresas há muito tempo e de não cobrir os esforços mais recentes para resolver os problemas dos produtos.

O Facebook argumenta que os algoritmos estão por toda a parte — mencionando até mesmo a Netflix e suas recomendações — e que eles ajudam a tornar a rede relevante para as pessoas. Também defende que as redes não são desenhadas para viciar os usuários e sim para mostrar conteúdo valioso para eles, tendo inclusive visto uma queda no total de horas usadas no Facebook ao longo de 2018.

A rede ainda apresenta iniciativas que vimos nos últimos anos, como as parcerias com agências de checagem de fatos para tentar combater as fake news e novas proteções a dados de usuários adotadas após um acordo com a Comissão Federal de Comércio dos EUA.

Mas, obviamente, nem tudo é tão bonito quanto o Facebook conta. Como a CNBC aponta, apesar do número de horas ativas na rede ter caído, o número de usuários ativos cresceu, assim como a receita por usuário. Além disso, a empresa não responde a uma sugestão feita no filme: criar um feed com opiniões mais equilibradas, não só aquelas com que o usuário concorda.

Seja lá como for, eu aposto que os cineastas por trás de O dilema das redes adoraram a resposta do Facebook. Afinal de contas, falar mal de uma empresa e ganhar um recibo desses logo em seguida é um ótimo sinal. Não duvido que eles usem daqui em diante o título “o filme que o Facebook não quer que você veja”.

Sair da versão mobile