Novas opções no Facebook permitem definir quem pode comentar nos seus posts
Em breve, os usuários do Facebook terão mais controle sobre quem pode comentar suas postagens públicas, de acordo com um anúncio feito pela gigante das mídias sociais nesta quarta-feira (31).
Usuários poderão selecionar entre três opções para cada uma de suas postagens de notícias: se os comentários serão permitidos por todo o público; se apenas amigos poderão comentar; ou se os comentários estarão liberados apenas para perfis e páginas mencionados na postagem. Também será possível definir que ninguém comente em um post de uma página que você seja o administrador.
E por que o Facebook está adicionando essa funcionalidade? Na verdade, não sabemos ao certo. No entanto, a plataforma parece, de fato, querer dar mais controle sobre os usuários e seus perfis ou páginas, embora a realidade seja um pouco mais complicada.
A Suprema Corte australiana, por exemplo, decidiu recentemente que as organizações de notícias são legalmente responsáveis pelos comentários deixados por usuários aleatórios em suas postagens. Isso não é um problema nos Estados Unidos, onde existem diferentes precedentes legais, mas pode se tornar uma pedra no sapato de empresas e influenciadores de outros países que possuem páginas no Facebook.
Esse é o caso da Austrália, que recorreu a métodos bem específicos para resistir a grandes companhias de tecnologia. O Facebook desligou temporariamente todas as notícias dentro da plataforma; o Google, por sua vez, ameaçou retirar seu mecanismo de busca do país. E mesmo que não tenha conseguido tudo o que queria, o governo australiano obteve concessões suficientes para fazer com que a ação valesse a pena, liderando muitos outros países interessados em seu estilo de diplomacia empresarial de tecnologia.
O Facebook voltou a operar normalmente na Austrália, mas a empresa provavelmente entende que precisa fazer concessões especiais se não quiser enfrentar uma regulamentação mais rígida no futuro em todo o mundo. E, no caso de limitar os comentários, isso certamente deve diminuir o engajamento (a única métrica com a qual o Facebook realmente se preocupa), mas também deve reprimir coisas como assédio.
Não sabemos com certeza se o Facebook está adicionando essa função em resposta direta às recentes mudanças da Austrália, mas faria muito sentido. E seria sensato para empresas como o Facebook chegar à frente dos reguladores, mesmo que isso prejudique seus resultados financeiros.