Facebook vai passar a priorizar reportagens originais no feed de notícias

Facebook passará a monitorar links de notícias compartilhares na rede; ideia da rede social é priorizar no feed de notícias o produtor original da notícia.
Logotipo do Facebook em tela de smartphone. Crédito: Alastair Pike/AFP (Getty Images)
Logotipo do Facebook em tela de smartphone. Crédito: Alastair Pike/AFP (Getty Images)

Parece que o Facebook está realmente tentando (de verdade dessa vez, pessoal) a controlar o problema de notícias falsas. Nesta terça-feira (30), a empresa anunciou uma grande mudança na maneira como prioriza artigos de notícias em seu feed.

Em vez de priorizar conteúdo de notícias com maior engajamento, a gigante das mídias sociais agora mostrará aos usuários reportagens originais primeiro. “As reportagens originais desempenham um papel importante em informar as pessoas em todo o mundo”, afirmaram Campell Brown, vice-presidente global de parcerias de notícias, e Jon Levin, gerente de produtos do Facebook, em um blog post do Facebook.

A medida parece bastante com uma anunciada pelo Google no ano passado. A empresa informou que a busca passaria a priorizar o produtor original do conteúdo em seu mecanismo de busca.

Embora a maioria das notícias nos feeds dos usuários ainda seja de páginas e amigos que eles seguem no Facebook, a empresa está alterando seu algoritmo de IA para identificar fontes de notícias que são mais citadas como fonte original para aparecer primeiro no feed dos usuários. “Fazemos isso analisando grupos de artigos sobre um tópico específico da história e identificando os mais citados como fonte original.Começaremos identificando as reportagens originais nas notícias em inglês e faremos o mesmo com as notícias em outros idiomas no futuro”.

Então, basicamente, se publicações de notícias citarem o blog do Facebook como sua fonte original,  a rede mostrará seu próprio blog como destaque?  Tomara que não, pois seria injusto e sem sentido. neste caso. O conteúdo jornalístico acaba tendo contexto e uma visão crítica sobre o assunto. Tudo indica que o novo algoritmo da empresa da empresa analisará vários artigos escritos sobre o mesmo tópico para ver se todos têm o link para a mesma fonte.

Embora seja uma boa maneira de rastrear informações até o ponto de origem, ainda não aborda a questão de fontes confiáveis versus fontes não confiáveis de notícias.

O novo algoritmo pode ainda priorizar artigos falsos ou enganosos, se publicações suficientes citarem a mesma fonte (direcionar artigos em volta de uma fonte única para amplificação é uma tática comum de maus veículos de comunicação). No entanto, o Facebook planeja rebaixar conteúdos noticiosos se ele não tiver “informações transparentes sobre a equipe editorial do site”. Portanto, se um artigo não possui assinatura ou uma publicação não possui uma “página de sobre”, qualquer conteúdo compartilhado dessas fontes será escondido no feed de notícias. Mas, novamente, se uma fonte questionável tiver assinatura e uma “página de sobre”, parece que o algoritmo não rebaixará esses artigos como pretendido.

O Facebook recentemente anunciou que adicionaria uma notificação a notícias com mais de 90 dias se um usuário tentar compartilhá-la em seu perfil. A ideia é fornecer aos usuários notícias oportunas relevantes para os eventos atuais, mas existem alguns problemas com a ideia.

O sistema depende amplamente da data de publicação de um artigo, mas qualquer pessoa que tenha seu próprio site de notícias pode reciclar histórias de anos sem mencionar a data de publicação do artigo original. O TapHaps.com é um site que faz isso, concentrando-se em histórias antigas e chamativas, e reportando-as como se fosse opinião. O site também possui assinaturas de autores e uma “página de sobre” completa. Então, onde ele entraria entre as novas tentativas do Facebook de minimizar o problema de notícias falsas?

Este recurso de priorização ainda está em sua infância e é provável que haja muitas brechas. Mas é um lembrete para que as pessoas tenham ciência do que elas estão compartilhando nas redes sociais. Até que todos os problemas sejam resolvidos, teremos que deixar de seguir ou desfazer amizades para evitar ver as coisas que elas compartilham e que não queremos ver.

(Colaborou Guilherme Tagiaroli)

fique por dentro
das novidades giz Inscreva-se agora para receber em primeira mão todas as notícias sobre tecnologia, ciência e cultura, reviews e comparativos exclusivos de produtos, além de descontos imperdíveis em ofertas exclusivas