Falha de segurança permite espionar usuários através do LED de aparelhos sonoros

Depois das webcams, até dispositivos sonoros precisarão ser cobertos para evitar espionagem. É o que sugere um novo estudo.
Imagem: Sašo Tušar/Unsplash

A gente já viu espionagem através de webcams, escutas de áudio, invasão em aplicativos e e-mails, entre outras coisas. Mas essa a seguir é totalmente nova: pesquisadores da Universidade de Ben-Gurion do Neguev, de Israel, identificaram um novo tipo de ciberataque que pode ser usado para espionar conversas usando luzes de LED.

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Sabe aquelas luzinhas que ficam piscando em dispositivos eletrônicos? Pois são nelas que os especialistas encontraram uma maneira de ouvir as pessoas sem que elas saibam. De acordo com o grupo, a falha foi batizada de “Glowworm”, e converte as flutuações de intensidade dos LEDs em sinais sonoros. Basicamente, qualquer dispositivo pode estar vulnerável, mas os pesquisadores destacam entre eles caixas de som, alto-falantes inteligentes e hubs USB.

Além disso, os especialistas afirmam que não é necessário nenhum equipamento sofisticado para completar a invasão, que funciona da seguinte maneira: usando um fotodiodo acoplado a um telescópio óptico simples, foi possível detectar as leves oscilações de luz que saíam do LED, que por sua vez não são visíveis a olho nu (por isso o telescópio). O sinal é então convertido pelo fotodiodo em um pulso elétrico, que por sua vez passa por um conversor analógico/digital que, enfim, reproduz o que está sendo reproduzido no dispositivo sonoro.

Para completar essa situação de risco, os pesquisadores dizem que o Glowworm não requer nenhum vazamento de sinal inesperado, mesmo quando está em uso. O alcance em que a falha pode ser explorada também surpreende: até 35 metros de distância do dispositivo com o LED emissor.

Sem motivo para pânico (por enquanto)

Apesar de já existirem suspeitas há algum tempo, esta foi a primeira vez que esse tipo de vulnerabilidade foi exemplificada na prática. Por isso mesmo é que os especialistas alertam para o fato de que a maioria dos dispositivos eletrônicos à venda atualmente não possuem proteções contra oscilações elétricas provocadas pelo áudio sobre os LEDs — justamente por ser uma técnica recém-descoberta. Neste caso, eles sugerem que, entre as coisas que podem ser feitas, é fundamental cobrir as luzes com uma fita, do mesmo jeito que fazemos com nossas webcams.

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Ao mesmo tempo, os pesquisadores dizem que o Glowworm não gera um grande motivo de preocupação porque, ao contrário dos dispositivos de escuta tradicionais, a brecha não interage com o áudio real, mas sim com um efeito colateral de dispositivos eletrônicos que reproduzem áudio. Por exemplo, se você estiver em um ambiente com muitas pessoas, o barulho das vozes não é captado pelo Glowworm porque o som não é produzido, nem sai diretamente de algum aparelho eletrônico.

O trabalho da equipe de pesquisadores já está disponível na internet para ser consultado, e será apresentado oficialmente na conferência de segurança CCS21, no final deste ano.

[Ars Technica]

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