Farmacêutica pausa tratamento com anticorpos para COVID-19 por preocupações com segurança

Ensaio de Fase III de tratamento para COVID-19 envolvendo anticorpos monoclonais foi interrompido por "potencial preocupação de segurança".
Placa com o logo da Lilly em um gramado.
A sede corporativa da Eli Lilly em Indianápolis, Indiana. Foto: Darron Cummings/AP

A empresa farmacêutica Eli Lilly é a mais recente companhia a interromper temporariamente um de seus ensaios clínicos relacionados ao COVID-19. O ensaio de Fase III envolvendo um tratamento experimental com anticorpos para pacientes com a doença viral, que é financiado pelo governo dos EUA, foi interrompido devido a uma “potencial preocupação de segurança”, de acordo com e-mails governamentais obtidos pelo New York Times na tarde de terça-feira (13).

De acordo com o NYT, funcionários do governo enviaram e-mails na terça-feira anunciando a pausa aos cientistas envolvidos no teste. Os e-mails supostamente disseram aos pesquisadores para cessar o recrutamento de novos voluntários por uma “abundância de cautela”. A Eli Lilly confirmou separadamente a pausa em um comunicado, segundo o jornal.

O ensaio clínico randomizado, duplo-cego e controlado por placebo, conhecido como ACTIV-3, está programado para incluir 10 mil voluntários hospitalizados com COVID-19. Quem for participar receberá uma infusão intravenosa do coquetel experimental de anticorpos feito em laboratório, chamado LY-CoV555, junto com o tratamento padrão (este tratamento padrão incluiria o medicamento antiviral remdesivir, que se mostrou promissor na redução da duração da doença). Espera-se que esses anticorpos monoclonais possam reforçar com segurança a resposta imune natural do corpo à infecção, prevenindo ou diminuindo sintomas graves.

A decisão de interromper o teste ocorre menos de um mês após a empresa ter relatado dados promissores, mas preliminares, de ensaios anteriores menores. Esses dados descobriram que as pessoas com quadro leve a moderado que receberam o anticorpo tinham menos probabilidade de serem hospitalizadas ou de precisar ir ao pronto-socorro do que aquelas que receberam o placebo. Também pareceu descobrir que o tratamento não estava relacionado a nenhum efeito adverso sério.

Atualmente, não se sabe quais preocupações de segurança exatamente levaram à suspensão deste ensaio, nem quantos voluntários podem ter sido afetados por isso. Nem a Eli Lilly nem o National Institutes of Health responderam a um pedido de comentário do Gizmodo.

A pausa do teste de Eli Lilly é a segunda nos últimos dias. Na segunda-feira (12), a Johnson & Johnson suspendeu seu ensaio de uma vacina experimental para o novo coronavírus, depois que uma “doença inexplicada” foi descoberta em um de seus voluntários.

As pausas de segurança não são incomuns durante os estudos de drogas e vacinas e não levam necessariamente ao fracasso de um ensaio clínico. Sem mais detalhes, não está claro o quão preocupados devemos estar com o futuro desses tratamentos.

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