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Fãs do Adobe Flash querem uma chance de consertar bugs em um projeto de código aberto

Um dias depois do anúncio do fim do software até 2020, comunidade já se mobiliza para manter o clássico Flash vivo

Enquanto a Adobe está enfim matando misericordiosamente o Flash – software multimídia que ajudou a abastecer incontáveis aplicações web, incluindo jogos e vídeos – que enfrentou crítica generalizada por seu rápido declínio em utilidade e pelo crescente número de vulnerabilidades de segurança, alguns fãs estão tentando mantê-lo vivo como um projeto de código aberto.

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Uma petição circulada pelo desenvolvedor web Juha Lindstedt está pedindo à Adobe que não tire o software do mercado completamente, mas que, em vez disso, lance-o como um projeto de código aberto, o que poderia consertar seus vários problemas. Mais de 900 pessoas já favoritaram o projeto no Github.

“O Flash é um pedaço importante da história da internet, e matar o Flash Player significa que futuras gerações não poderão acessar o passado”, escreveu Linstedt. “Jogos, experimentos e sites seriam esquecidos.”

“Tornar o Flash código aberto seria uma boa solução para manter os projetos em Flash vivos, com segurança, por motivos de arquivo”, Lindstedt acrescentou. “Não sei como, mas essa é a beleza do código aberto: você nunca sabe o que vai sair depois que o torna aberto!”

Maior parte da funcionalidade do Flash é agora irrelevante, tendo sido substituída por outros padrões abertos, como o HTML5, e o software começou a entrar em sua fase GeoCities quando o Google decidiu proibir o seu uso na exibição de anúncios.

A ideia gerou uma reação mista no fórum de discussão no Hacker News, do Y Combinator. Um comentarista dos mais votados argumentou: “Não, não, não, não, NÃO. Está na hora de se livrar do Flash. Abrir o código o faria viver para sempre”, escreveu, dizendo que o código aberto provavelmente só mataria os “bugs mais triviais”, deixando numerosas vulnerabilidades. Outra pessoa rebateu: “Muito cabeça fechada. Dezenas de milhares de jogos dependem do Flash, assim como vários filmes e a história geral da internet. Abrir o código vai preservar incontáveis horas de trabalho perdido”.

De longe, o aspecto mais problemático do software são as inúmeras brechas de segurança que ele introduz a navegadores enquanto está instalado como um plugin ou como parte de um navegador mobile. A empresa de segurança Recorded Future apontou o Adobe Flash Player como o produto mais frequentemente explorado (em suas brechas) em 2015, incluindo “oito das dez maiores vulnerabilidades usadas por kits de exploit” e apontando a existência de “mais de 100 kits de exploit e vulnerabilidades conhecidas”.

Muitos comentaristas do Y Combinator defenderam que a melhor maneira de construir o projeto seria como um emulador autossuficiente capaz de executar o formato .SWF, do Flash, que seria um bom caminho para que aqueles que ainda queiram passar novamente pelo episódios bastante antigos de Neurotically Yours e pelos jogos hentai do Newgrounds o façam de maneira relativamente segura.

O Gizmodo entrou em contato com Lindstedt. Vamos atualizar esta publicação se tivermos uma resposta.

Imagem do topo: AP

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